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Com indústria fraca, curva de juro reduz chance de aperto mais duro na Selic

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Estadão Conteúdos

Após o Produto Interno Bruto (PIB) fraco do terceiro trimestre, a frustração com o desempenho da produção industrial em outubro faz com que o mercado diminua ainda mais as apostas de um ciclo de aperto monetário muito mais duro e se incline mais à possibilidade de mais duas altas de 150 pontos-base da Selic na próxima quarta-feira e na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro. A Selic está em 7,75% ao ano. “Como é majoritária a aposta de alta de 150 pontos-base em dezembro, o mercado está reduzindo o orçamento total do ciclo”, diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

A curva de juro a termo apontava 56% de chance de alta de 150 pontos da taxa básica de juro na semana que vem (de 44% na quinta-feira) e 44% de possibilidade de um aumento de 175 p.b (de 56% na quinta-feira), nos cálculos do estrategista, que também espera alta de 150 p.b.

Para fevereiro, uma alta de 150 p.b aparece com 88% ante 12% de probabilidade de alta de 125 pontos, sendo que ontem a curva mostrava 80% para +150 p.b e 12% para +175 p.b.

Para o fim de 2021, a Selic está precificada em 9,37%, de 9,40% ontem, e para fim de 2022, em 11,60%, de 12,06% anteriormente.

A produção industrial caiu 0,6% em outubro ante setembro, praticamente no piso das estimativas do Projeções broadcast, que apontavam uma queda de 0,7% a alta de 1,8%, com mediana positiva de 0,7%.

“A gente esperava uma alta de 0,7%, então realmente o dado vem ruim e a indústria extrativa puxou para baixo a indústria como um todo. E se a gente considera que a confiança da indústria caiu mais 2,9% em novembro e com o índice de situação corrente despencando 4,2%, a expectativa para a indústria permanece fraca em novembro”, diz Rostagno. “A indústria tende a continuar limitando o crescimento econômico no quarto trimestre”, completou.