A iniciativa, chamada de Biomas, tem planos de recuperar 2 milhões de hectares de áreas degradadas a partir do plantio de 2 bilhões de árvores nativas. No futuro, a partir de 2025, a coligação pretende atingir um espaço protegido de 4 milhões de hectares em diferentes ecossistemas – que incluem Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado -, o que equivaleria à extensão do território do Estado do Rio.
A aliança foi lançada na Cúpula do Clima das Nações Unidas, a COP-27, e prevê retirar da atmosfera aproximados 900 milhões de toneladas de carbono equivalente em duas décadas. O CO2 equivalente é uma forma de mensurar todos os gases estufa em uma mesma medida. Segundo estimativas do grupo, mais de 4 mil espécies de animais e plantas serão preservados.
Cada uma das empresas envolvidas investirá, inicialmente, R$ 20 milhões, que serão dedicados aos primeiros anos de atividade da nova organização, que quer também estimular o desenvolvimento regional e fortalecer comunidades locais. Um dos principais objetivos é promover um modelo de negócio sustentável também do ponto de vista financeiro, com base na comercialização de crédito de carbono.
Criados pelo Protocolo de Kyoto, em 1997, créditos de carbono se baseiam na não emissão de CO2. Ou seja, países, cidades ou organizações que absorvem mais do que emitem dióxido de carbono podem vender esse crédito para outros com maiores despejos do gás na atmosfera, que vão compensar esse excesso de emissões.
ESG
A Biomas deve ser parte dos esforços dos grandes grupos para mitigação das mudanças climáticas. “O investimento reforça nosso compromisso com a agenda ESG (sigla em inglês que significa sustentabilidade, social e governança)”, diz Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco. “Temos como meta zerar nossas emissões de carbono, incluindo das nossas carteiras, até 2050”, afirma.
Walter Schalka, presidente da Suzano, destaca que a ação é pioneira. “Reunimos a força dessas empresas em algo inédito no mundo para promovermos um movimento benéfico, com condições efetivas de gerar e compartilhar valor com comunidades locais e o meio ambiente.”
Mapeamento
A etapa inicial da Biomas começará com a identificação de áreas para produção em escala de árvores nativas e engajamento de comunidades locais.
Juntamente com isso, serão propostas algumas parcerias com plataformas de certificação de crédito de carbono e a implementação dos projetos-piloto.
Após a primeira fase, deverá haver a expansão para um espaço de 4 milhões de hectares, prevista a partir de 2025. Para a operação ser concluída, serão necessárias aprovações regulatórias usuais para essa extensão.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.