Notícias

Notícias

Fed/Bowman: forças que geram inflação alta devem durar até ano que vem

Por
Estadão Conteúdos

A diretora do Federal Reserve (Fed) Michelle Bowman afirmou nesta segunda-feira, 8, que a inflação alta no setor de habitação dos Estados Unidos deve seguir ainda por algum tempo, sem uma reversão em curto prazo. Em discurso no Almoço das Mulheres nas Políticas Públicas de Habitação e Finanças, a dirigente indicou que é “sábio monitorar os desdobramentos” do mercado, mas que depois da última crise, a resiliência das hipotecas aumentou, e que é “cautelosamente otimista” de que não haverá efeitos na economia real.

Ainda assim, Bowman reconheceu que há um aumento de riscos para as operações no setor de moradia no país. De acordo com a dirigente, a alta recente nos preços dos imóveis se deveu a uma combinação de fatores, dentre eles o apoio fiscal, os juros baixos e o número reduzido de moradias disponíveis. Dentre os impactos da disparada nos preços, a diretora lembrou a alta nos valores do aluguéis.

Bowman também falou sobre inflação geral e disse que o Fed observa bastante esse assunto. Segundo ela, algumas das forças que estão levando à alta na inflação devem durar até ano que vem, especialmente por conta dos problemas nas cadeias de suprimento. Além disso, a dirigente apontou que há risco de a alta dos preços de energia e alimentos ter impacto na expectativa de inflação. De acordo com a ela, o nível dos preços ficou mais alto do que muitos no Fed esperavam no começo do ano.

A diretora lembrou do outro objetivo do Fed, com relação ao mercado de trabalho. Segundo Bowman, o cuidado com crianças vem ficando mais caro, e afeta a retomada de mão de obra, algo que afeta desproporcionalmente as mulheres americanas.

Questionada sobre criptoativos, afirmou que reguladores precisam agir no tema, mas ainda manter apoio para inovação. A dirigente indicou que os produtos podem aumentar competição e diminuir custos, mas há riscos, como a volatilidade.