No Brasil, acrescenta Telles, “mesmo com alta de juros em dois dígitos, não vemos arrefecimento da inflação. Perspectiva de inflação alta é mais pressão negativa para a Bolsa”, diz.
Às 11h13, o Ibovespa cedia 2,62%, aos 105.507,81 pontos, ante mínima diária a 105.464,98 pontos (-2,66%). Entre as três maiores quedas: BRF ON (-9,37%) e Magazine Luiza ON (-8,28%) e CSN ON (-7,08%).
Já nos primeiros minutos da largada do pregão, o Ibovespa perdia a marca dos 108 mil pontos. A queda do indicador acontece ao mesmo tempo em que as bolsas americanas cedem, depois de investidores reavaliarem as palavras de Powell da véspera, quando o FOMC elevou o juro em meio ponto porcentual. “Tanto o Fed quanto o BC brasileiro acertaram na comunicação”, diz Gustavo Cruz, economista e estrategista da RB Investimentos. No Brasil, a Selic subiu de 11,75% para 12,75% ao ano.
“Ao mesmo tempo, senti que na visão de Powell o juro pode chegar a ficar mais alto por mais tempo. No caso do Copom, houve um erro na última decisão março e dessa vez corrigiu. Entrega alta de um ponto e indica que terá mais na próxima, um ajuste menor”, avalia Cruz.
Nem mesmo sinais de que o governo chinês adotará novas medidas para estimular o gigante asiático atenuam a queda do índice Bovespa. O minério de ferro voltou a ser negociado após feriado na China, fechando com valorização em Quingdao, mas ações ligadas ao setor metálico caem em sua maioria (Vale cedia 1,50%).
Também não ameniza a expectativa de um resultado forte no balanço da Petrobras no primeiro trimestre, que sai depois do fechamento da B3.
Os papéis da empresa caíam até 0,50%, apesar da alta do petróleo no exterior. Ações de bancos também recuam em torno de 2%. Bradesco, que divulga balanço também hoje, recuava 2,80% (ON) e 3,22% (PN).