No fim da tarde em Nova York, o juro da T-note de 2 anos subia a 3,044%, na máxima diária desde dezembro de 2007. Já o retorno da T-note de 10 anos avançava a 3,158% e o do T-bond de 30 anos tinha alta a 3,194%.
O CPI dos EUA registrou salto anual de 8,6% maio, no maior nível desde dezembro de 1981, e mensal de 1,0%. A aceleração da inflação fez com que parte dos analistas prevejam um aperto monetário mais rápido pelo Fed. O Barclays mudou sua projeção e, em vez de 50 pontos-base (pb), espera que o Fed eleve os juros em 75 pb já na próxima semana. A Capital Economics também sinalizou que a o atual nível da inflação “abre portas” para aumento em tal nível. Já o CIBC acredita que o Fed continuará com alta de 50 pb na próxima quarta-feira.
O Citi, por sua vez, manteve sua previsão de altas de 50 pb em cada uma das próximas três decisões monetárias junho, julho e setembro, mas pontuou ver maior probabilidade de que elevações nesse nível continuem para além de setembro ou até mesmo sejam mais altas a partir de então. Ainda, monitoramento pelo CME Group mostra que aposta de alta de 75 pb na reunião de julho do Fed se tornou majoritária.
Ainda entre indicadores, a Universidade de Michigan informou que o índice de sentimento ao consumidor caiu a 502,2 na leitura preliminar de junho, no menor nível já registrado na série histórica. Em análise, a Capital Economics afirma que as condições e expectativas de consumidores têm sido atingidas pela inflação, em especial pelas altas recentes no preço da gasolina.
Paralelamente, a curva dos retornos dos Treasuries se inverteu: no horário citado, o juros das T-notes de 5 e 7 anos subiam a 3,251% e 3,234%, respectivamente, acima dos rendimentos para 10 e 30 anos. Em relatório, o Bank of America afirma que o movimento da curva é consistente com a necessidade do Fed em elevar as taxas “agressivamente para esfriar a inflação às custas do crescimento de longo prazo e é consistente com nosso cenário básico de estagflação”.