A margem bruta da companhia ficou em 52,2%, uma expansão de 670 pontos base, mesmo com a alta de custo de matérias primas. Segundo o CEO da companhia, Alexandre Birman, a manutenção de margem foi possível pois a empresa tem mais flexibilidade no uso de insumos.
“Arezzo tem a estratégia de ser outsourcing (terceirização). Temos 90% da produção em outsourcing. Entretanto, nós controlamos o processo de pesquisa e desenvolvimento de produto. Somos proprietários do software do calçado: a forma, o salto e a designação das matérias primas. Trabalhando com uma quantidade maior de matérias primas, nós conseguimos substituir e ter mais flexibilidade nessa questão de custo”, afirma.
Ele conta, por exemplo, que enquanto o preço do couro de boi tradicional subiu 60% nos últimos 12 meses, a empresa migrou para um tipo de couro feito de cabras e animais mestiços, que teve manutenção dos custos em relação ao ano passado. Além disso a companhia migrou a produção que era exclusivamente no Rio Grande do Sul, para outros estados do Brasil, com maior oferta de mão de obra.
No trimestre, as despesas gerais e administrativas ajustadas da Arezzo somaram R$ 74,8 milhões, aumento de 168% em relação ao mesmo período de 2020. O retorno sobre capital investido (ROIC) ajustado ficou em 29% ante 6% em 2020.
Enquanto isso, a dívida líquida da empresa atingiu R$ 271 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 123,5 milhões registrados no quarto trimestre. A alavancagem medida por Dívida Líquida/Ebitda foi de 0,5 vez, ante 0,3 vez um ano antes. O aumento do endividamento foi impactado pela aquisição da Baw Clothing e outros investimentos em Capex.