Segundo o Departamento do Trabalho americano, o índice de preços ao consumidor no país teve alta anual de 6,2% no mês passado, o nível mais alto desde 1990. Conforme mostrou reportagem do Broadcast, o resultado põe em xeque o argumento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de que o movimento é temporário e fortalece a pressão por aperto da política monetária.
“Essa taxa de inflação salgada poderia levar o Fed a acelerar o encerramento de seu programa de compra de títulos e aumentar os juros em meados de 2022”, avalia o analista Joe Manimbo, do Western Union.
De acordo com ele, essa avaliação impulsionou o dólar na sessão de hoje. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em alta de 0,95%, a 94,850 pontos. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o euro recuava a US$ 1,1484 e a libras, a US$ 1,3409, enquanto o dólar subia a 113,88 ienes.
Na Europa, a inflação também surge como uma ameaça às perspectivas da recuperação pós-pandemia. A agência oficial de estatísticas da Alemanha informou que o CPI do país atingiu 4,5% em outubro, maior valor desde agosto de 1993.
Como nos outros países, gargalos na cadeia produtiva e altos preços de energia são considerados os culpados pela tendência, no entendimento da Capital Economics. “Suspeitamos que a inflação na Alemanha subirá um pouco mais antes do final do ano, mas deverá cair no próximo ano”, prevê.
A apreciação do dólar, no entanto, não se limitou a divisas desenvolvidas. Ante emergentes, no final da tarde, a moeda dos EUA avançava a 20,6332 pesos mexicanos, 15,4603 rands sul-africanos e 71,345 rublos russos.