Com a entrada em vigor, a partir de 1º de janeiro, da nova norma de emissões de poluentes do Proconve, chamada de L7, há risco de milhares de carros que estão incompletos nos pátios não receberem a tempo os itens eletrônicos importados da Ásia e terem de ser descartados.
A nova norma estabelece que os carros que atendem à legislação atual sejam produzidos até dezembro e vendidos até março do próximo ano. Se os chips não chegarem a tempo e o final da montagem ficar para janeiro, por exemplo, esses modelos não poderão ser comercializados, causando prejuízos às fabricantes.
Algumas montadoras, como a Renault, já encaminharam ao governo pedido para que seja aberta uma brecha na legislação para que os carros que virarem o ano incompletos nos pátios possam ser concluídos em até três meses.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vem alertando o governo sobre esse problema há alguns meses, mas informa que a busca de uma solução junto aos órgãos competentes do governo está a cargo das próprias empresas, pois cada uma tem situações diferentes.
A entidade não tem dados do total de carros incompletos atualmente e nem estimativa de prejuízos, mas as próprias montadoras falam em “milhares” de carros parados.
A General Motors, que teve uma de suas fábricas paralisada por quase cinco meses por falta de semicondutores, informa que não terá qualquer problema em atender a L7 a partir de janeiro.
A Volkswagen, que tem 1,5 mil funcionários da fábrica do ABC paulista em lay-off em razão da escassez de chips, informa que espera receber os componentes a tempo de completar os carros que estão parados no pátio até o fim do ano.
Outras marcas, como Honda, Nissan e Caoa/Chery afirmam que a Anfavea é que deveria se pronunciar sobre o tema, enquanto a Hyundai não quis comentar e a Toyota afirma que vai cumprir as novas normas.
SEGURANÇA. A Anfavea já obteve do governo a prorrogação do prazo para a introdução, em todos os carros produzidos no País, de itens de segurança como o controle eletrônico de estabilidade (ESC), que ajuda a evitar derrapagem dos veículos.
A norma entraria em vigor em 2022, mas, em razão da pandemia, as fabricantes alegaram que não tinham tempo suficiente para desenvolver novas tecnologias para agregar esse sistema aos automóveis.
O governo aceitou a extensão do prazo para até 2024. Tanto as novas normas de emissões e principalmente a de segurança vão levar as empresas a pararem de produzir vários modelos que não atendem as normas, como Uno e Gol. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.