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Tema de energia é global e pode ser mais persistente, diz presidente do BC

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Estadão Conteúdos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira que a inflação global dos preços de energia pode ser mais persistente do que se esperava. Além do choque de preços observado neste ano, ele lembrou que a transição verde terá custos altos, em especial na mudança da matriz energética, o que pode criar pressões inflacionárias.

“Tem um problema de preço nessa transição para uma economia mais limpa”, disse ele, durante o Encontro Anual de Dirigentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Segundo Campos Neto, um dos maiores dilemas é a produção de insumos como as chamadas terras raras, metais necessários para carros elétricos e usinas que produzem energia limpa e renovável.

“Tem esse dilema entre querer atingir economia verde mais rápido e produção não tão verde de componentes”, disse ele. “A gente precisa entender que a transição verde será muito mais complexa do que se imaginava”, afirmou.

Nova variante da covid-19

O presidente do Banco Central afirmou que a emergência da nova variante Ômicron do coronavírus mostra que o problema da pandemia deve ser abordado de um ponto de vista global. “Não é por acaso que a gente vê alguns lugares onde a penetração da vacina é mais baixa servindo de indutores de novas variantes”, disse.

Na sua fala, ele avaliou que o Brasil tem ido bem no seu programa de imunização contra a covid-19, considerando que a rejeição aos imunizantes no País é baixa.

Campos Neto destacou também que o surgimento de antivirais aumenta o arsenal disponível para combater a pandemia.