Você quer começar a investir, mas não sabe como ou não tem todo o conhecimento que gostaria? Para resolver essa questão, existem os chamados Clubes de Investimento.
Basicamente, esses clubes funcionam como uma porta de entrada para os investidores ainda não familiarizados com o universo do mercado de capitais.
Mas, apesar de se tratar de uma forma mais simples de ingressar no mundo das ações, muitas pessoas ainda não conhecem sobre os clubes de investimento. Se este for o seu caso, invista alguns minutos na leitura deste artigo.
O que são clubes de investimento?
Um clube de investimento é um grupo de, no mínimo 3 e, no máximo, 50 pessoas físicas que reúne seus recursos, conhecimento e tempo para, coletivamente, tomar decisões sobre aplicações em valores mobiliários e títulos.Em outras palavras, trata-se de uma forma de aplicação em conjunto das economias no mercado de capitais.
Os clubes de investimento são parcerias legais administradas por sociedade corretora, sociedade distribuidora, banco de investimento ou banco múltiplo com carteira de investimento. Além disso, são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) -Instrução 494/2011 – e no Regulamento de Clubes da B3, onde se encontram registrados (a lista dos clubes ativos pode ser verificada no site da B3).
Justamente por terem um papel de introdução do investidor ao mercado de capitais, esses clubes possuem políticas de investimentos e normas simples e flexíveis. Para se ter uma ideia, a gestão dos investimentos do clube pode ser realizada pelos próprios cotistas, eleitos pela assembleia geral.
O processo de criação de um clube de investimento inclui a definição do grupo, elaboração do estatuto, definição do valor de investimento de cada participante e de quais investimentos serão selecionadas para o clube.
5 Fatos sobre os clubes de investimento
Como você já sabe, clubes de investimento são uma porta de entrada para o mercado de investimentos – uma vez que, por meio deles, pequenos investidores começam a adquirir conhecimentos e habilidades. Espera-se também que todo o conhecimento adquirido com esta modalidade de investimento permita aos investidores, no futuro, acessar com segurança produtos mais sofisticados.
Outro ponto interessante sobre os clubes é que, como o volume de recursos se origina da soma da parcela de cada participante, de modo geral, eles são também ótimas opções para quem procura diversificar os investimentos.
Esta modalidade de investimento, no entanto, tem muitas outras características peculiares – que precisam ser conhecidas pelos investidores. Para entender um pouco melhor sobre os clubes de investimento, confira a seguir 5 questões primordiais sobre eles:
1. Sobre a constituição dos clubes de investimento
O grupo formado pelos investidores deve ter, em seu nome, a expressão “Clube de Investimento” para sua constituição. O funcionamento dos clubes de investimento obedece a normas da B3, da CVM e de um Estatuto Social Próprio – o qual só pode ser alterado em Assembleia Geral.
Com relação ao estatuto, o mesmo deve estabelecer regras de funcionamento, como normas para pedido de resgate das cotas, por exemplo. É importante reforçar que os clubes de Investimentos são constituídos sob a forma de condomínio aberto, formados por pessoas físicas brasileiras, que são chamadas de cotistas. O resgate das cotas é requerido conforme definido no estatuto de cada clube.
Ao contrário do investimento individual, os clubes de investimento permitem que sejam tomadas decisões de investimento em equipe. Por isso, para obter resultados, é imprescindível que no clube haja harmonia entre os participantes e que os objetivos dos integrantes sejam similares.
2. Sobre a gestão da carteira
É necessário que o Clube de Investimento tenha um administrador – o qual pode ser uma corretora de títulos e valores mobiliários (CTVM), uma distribuidora (DTVM) ou um banco múltiplo que possua carteira de investimento.
O administrador terá a responsabilidade de registrar o clube em uma entidade de mercado organizado e em oficializar o ingresso dos participantes. Ele também pode ser responsável pela gestão da carteira do clube.
No entanto, essa gestão pode ser igualmente realizada por pessoas naturais ou jurídicas contratadas pelo administrador, desde que, em qualquer hipótese, previamente autorizados a exercer a atividade de administrador de carteira de valores mobiliários pela CVM.
Composição da carteira de ativos
Conforme especificado pela CVM, pelo menos 67% do patrimônio dos Clubes de Investimentos devem ser investidos em títulos e valores mobiliários com características de participação:
- Ações;
- Bônus de subscrição;
- Recibos de subscrição;
- Debêntures conversíveis em ações de emissão de companhias abertas;
- Cotas de fundos de índices de ações negociados em mercado organizado (ETF’s de ações); e
- Certificados de depósitos de ações.
A aplicação do restante do patrimônio do clube poder ser realizada em outros tipos de valores mobiliários emitidos por companhias de capital aberto, em cotas de fundos de investimento, em título públicos federais, entre outros ativos. Importante ressaltar que nenhum cotista pode ser titular de mais de 40% do total das cotas do clube.
3 . Sobre impostos e taxas
Como os clubes de investimento possuem tributação simplificada, não há incidência de Imposto de Renda sobre as operações em que houver lucro. Para fins de IR, os cotistas pagam 15% de imposto sobre o rendimento líquido quando fizerem o resgate das cotas.
Já as taxas de administração variam de acordo com o tipo de clube, sua estratégia e seu patrimônio.
4. Sobre o rendimento
O rendimento da aplicação em clubes de investimentos dependerá da valorização das cotas – as quais, por sua vez, estão atreladas à valorização dos ativos que compõem a carteira do clube.
Por isso, clubes não podem garantir rentabilidades de investimento. Quando o fazem, tenha em mente que a informação é meramente ilustrativa.
Lembre-se que, por tratar de investimento em renda variável, a carteira de um clube é diretamente influenciada pelas oscilações de mercado. Portanto, atenção na hora de fazer suas aplicações neste tipo de investimento.
O ideal é que você conheça seu perfil de investidor antes de fazer parte de um clube como este e tenha consciência sobre a sua tolerância a riscos em relação aos investimentos.
5. Sobre compra e venda de ativos
As políticas de investimentos do clube devem ser aprovadas pelos cotistas, em assembleia. Também são os cotistas que decidem sobre o risco que será ou não aceito em relação à composição da carteira.
Definidas as políticas de investimento, cabe ao administrador da carteira realizar operações de compra e venda de ativos financeiros.
Por fim, em relação à distribuição de eventuais rentabilidades oriundas dos investimentos que compõem a carteira do clube e dividendos, todas as informações deste processo devem estar previstas no estatuto do clube de investimento. Se você deseja entrar em um clube de investimento, portanto, é fundamental conhecer o estatuto e as políticas de investimentos relacionadas a ele.
Conclusão
Ingressar no mercado de ações pode ser algo assustador para quem não conhece esse universo e ainda tem dúvidas sobre como este mercado funciona. E é justamente para ajudar aqueles que desejam dar os primeiros passos no mercado e investir em conjunto com um grupo de outros investidores que existem os clubes de investimento.
Por meio deles, pequenos investidores podem iniciar seus investimentos no mercado de ações e aprender sobre investimentos na prática. Aos poucos, com a manutenção do ganho de conhecimento e confiança – além do aprendizado prático e da eventual troca de informações entre os participantes do clube, o investidor tende a se preparar cada vez mais para alçar novos voos e ampliar sua carteira de investimentos.
E você, já pensou em participar de um clube de investimento? Quer conhecer mais sobre outras opções de investimentos na bolsa de valores, de acordo com seu perfil de investidor? Então preencha o formulário abaixo para falar com os assessores da Valor Investimentos – uma assessoria com mais de 15 anos no mercado e escritórios em 5 estados do País.