Fundada em 2013 pelo colombiano David Vélez, pela brasileira Cristina Junqueira e pelo americano Edward Wible, a companhia conquistou o público com um discurso de transparência. Ganhou corpo rápido e trouxe a reboque diversos concorrentes, que tentam ganhar mercado com os mesmos argumentos de facilidade e flexibilidade em relação aos grandes bancos.
No entanto, a chegada ao pregão da Bolsa de Valores de Nova York não foi fácil. A oferta foi lançada num dos piores momentos do ano. Para viabilizar a operação, o banco foi obrigado a cortar em 20% seu preço para driblar a volatilidade do mercado. O preço da ação, estimado inicialmente para ficar entre US$ 10 e US$ 11, caiu para US$ 8 a US$ 9. Com isso, a avaliação em dólares deve ficar em US$ 41 bilhões, ou cerca de R$ 230 bilhões, considerando o câmbio a R$ 5,60.
Além de cortar o preço, o Nubank costurou com dez fundos estrangeiros, incluindo a Sequoia Capital, uma intenção de investimento de US$ 1,3 bilhão, quase metade do total do IPO, que deverá ficar pouco abaixo dos US$ 3 bilhões. Apesar da redução de expectativas, o IPO é visto como prova de que o Nubank pode, sim, incomodar os “bancões”.
Vélez é o principal acionista da fintech e manterá seu controle após a oferta. De acordo com o prospecto, o executivo terá cerca de 75% do poder de voto do banco do cartão roxo. Em relação ao capital total, Vélez possui 23%, enquanto Wible e Cristina têm, respectivamente, 2,11% e 2,94% de participação.
Rumo ao lucro
Sócio da consultoria Spiralem e especialista no setor de tecnologia, Bruno Diniz aponta que uma das apostas do Nubank para ganhar rentabilidade é em sua corretora, montada a partir da aquisição da Easynvest.
O banco vai permitir que parte de seus clientes compre um total de R$ 200 milhões em recibos de ações (os BDRs) na B3. A estratégia, segundo especialistas, vale tanto como uma jogada de marketing relativa à inclusão de pequenos investidores quanto como uma ponte para dar corpo à NuInvest.
Além da estratégia de investimentos, Diniz afirma que o banco quer criar um ecossistema de serviços – financeiros ou não – aos clientes. “O Nubank vem dando pistas que vai avançar na plataforma de ecossistema para consumo de mais produtos a seus clientes. Isso já deu certo lá fora”, explica.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.