A indústria de São Paulo, maior parque fabril do País, operava em outubro 6,1% abaixo do patamar pré-covid.
Segundo Bernardo Almeida, gerente da pesquisa do IBGE, os problemas que atrapalham a oferta e a demanda afetam as plantas industriais locais Brasil afora. “Do lado da produção, tem o desabastecimento de matérias-primas, o encarecimento da produção”, apontou Almeida.
Ele menciona ainda que o cenário de incertezas dificulta a tomada de decisões de consumo e investimentos, assim como a alta de juros, que encarece o crédito.”Pelo lado da demanda, tem a inflação elevada e o desemprego elevado, o que reduz o consumo das famílias”, disse. “Isso impacta diretamente a cadeia da indústria, o que vale também para o (resultado) regional”, acrescentou.
Na passagem de setembro para outubro, a indústria recuou 0,6%, com perdas em cinco dos 15 locais pesquisados. Os principais impactos negativos foram São Paulo (com queda de 3,1% na
produção), Minas Gerais (-3,9%) e Santa Catarina (-4,7%).
Embora a queda tenha sido menos disseminada entre os locais do que entre as atividades industriais em outubro, a retração ficou concentrada em parques industriais diversificados, justificou Almeida.
São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina respondem juntos por mais da metade da produção industrial nacional. São Paulo tem um peso de 34,2% na pesquisa (com 18 atividades pesquisadas), seguido por Minas Gerais, com participação de 11% (13 atividades industriais pesquisadas). Santa Catarina pesa cerca de 5,5% (com 12 atividades industriais investigadas no local).
“Os três juntos já tem um pouco mais de 50%”, lembrou Almeida, explicando que os problemas de oferta e de demanda atingem de forma disseminada parques industriais mais diversificados.