“Em nossa avaliação, o comunicado é hawkish dada a determinação do Copom de ser ativo e restritivo até que o processo de desinflação se consolide e também até que as expectativas de inflação se ancorem novamente às respectivas metas. Além disso, em sua estratégia clara, o Copom não parece ter se desviado ou estar excessivamente sensível ao fraco perfil de crescimento doméstico e às incertas perspectivas globais relacionadas ao vírus e à atividade”, comenta o economista-chefe para América Latina do banco, Alberto Ramos.
Sobre o trecho do comunicado em que o Copom se compromete a uma convergência da inflação “ao longo” do horizonte relevante, Ramos avaliou que a instituição fez uma “nítida inovação que reflete a antecipação de um cenário de inflação bastante desafiador em 2022”.
“Em nossa avaliação, este é o reconhecimento tácito de que, apesar de uma postura e disposição ‘hawkish’, a inflação provavelmente ainda estará visivelmente acima do centro da meta de 3,50% no final de 2022”, escreveu.