A entidade entrou em novembro com representação no Cade denunciando o aumento abusivo da Petrobras, fornecedora de 80% do gás natural comercializado no Brasil. Por falta de concorrência, as distribuidoras estão tendo que aceitar o reajuste de 50% anunciado pela empresa, o que vai afetar principalmente as que estão 100% descontratadas, como é o caso da Naturgy, controladora das distribuidoras de gás do Rio de Janeiro, Ceg e Ceg Rio.
A última proposta da Petrobras foi um contrato de quatro anos, com ajuste de 50%, ou de curto prazo sujeito ao mercado spot (à vista), cujos aumentos podem chegar a 200%, segundo Mendonça.
“O aumento para o consumidor será maior ou menor, dependendo de quanto vai precisar comprar da Petrobras, mas estamos aguardando o posicionamento do Cade, não temos outra opção. Para garantir a segurança energética a distribuidora vai ter que assinar”, disse Mendonça, observando que cada estado terá um reajuste diferente, dependendo do nível de descontratação.
A expectativa é de que o órgão que cuida da concentração econômica se posicione antes do fim do ano, quando as distribuidoras terão que assinar os contratos com a Petrobras, a fim de garantir o abastecimento em 2022. “Uma vantagem que temos é que esse não é um processo novo. O entendimento do Cade é de que a operação da Petrobras é um monopólio de fato, não vai partir do zero”, observou.
Mendonça ressaltou, no entanto, que mesmo com o aumento de preço, o Gás Natural Veicular (GNV) continua competitivo com a gasolina e o etanol, dois combustíveis que tiveram seus preços elevados durante todo o ano.