“Tudo está na mesa”, disse Rose, após uma reunião sobre a realocação de verbas para a área da educação, inclusive a possibilidade de cortes no fundo eleitoral e nas emendas parlamentares. Segundo a senadora, o novo relatório do Orçamento deve ser apresentado até esta terça-feira, 21. Uma nova reunião da CMO para votar a peça orçamentária deve ocorrer amanhã, a partir das 10h (de Brasília).
“Nós temos que fechar primeiro a educação, olhar a saúde como um todo, não pode faltar nada na saúde”, afirmou a presidente da Comissão, ao ser questionada sobre o reajuste salarial a servidores. “Quando você fala em reajustar, não é uma categoria, são várias. Esse assunto não foi ainda tratado.”
Segundo Rose, o Ministério da Economia não apontou de onde tirar recursos para reajustar os salários dos policiais. “Cortamos 50% do Ministério da Economia, imagina, eles estão rindo para a gente”, afirmou. Após uma reunião com a equipe econômica mais cedo, a senadora havia dito que ainda faltavam 11 pontos a serem fechados no Orçamento. Agora, ela disse que são apenas quatro, mas sem citar especificamente quais.
Em 16 de dezembro, o Ministério da Economia cedeu à pressão de Bolsonaro e enviou um ofício ao Congresso pedindo a inclusão do reajuste a policiais federais no Orçamento de 2022. A pasta comandada por Paulo Guedes não especificou qual seria o porcentual de reajuste para cada categoria, mas solicitou um espaço de R$ 2,86 bilhões em 2022 para elevar os salários. No cálculo da Economia, os reajustes custariam R$ 11,11 bilhões aos cofres públicos até 2024.
Fundão
“Com certeza”, disse Rose, ao responder se o fundo eleitoral poderia ser reduzido. Em seu relatório final do Orçamento de 2022, apresentado hoje, o relator, Hugo Leal (PSD-RJ), previu R$ 5,1 bilhões para as campanhas eleitorais do ano que vem.
De acordo com o senador Marcelo Castro (MDB-PI), a proposta de seu partido no Senado é que o chamado “fundão” fique entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões. Mais cedo, o parlamentar já havia criticado o valor do fundo eleitoral e defendido “parcimônia” e “comedimento” na alocação de recursos.