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Sem chips, venda de carros cresce 3% em 2021; setor previa alta de 15%

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Estadão Conteúdos

No ano marcado pela falta de microchips, problema que afetou a indústria global e no Brasil impediu a produção de cerca de 300 mil veículos, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 2,119 milhões de unidades em 2021, apenas 3% acima do resultado do ano anterior.

Depois do tombo de 26% registrado em 2020 após a chegada ao País da pandemia do coronavírus, quando foram vendidos 2,058 milhões de veículos, o setor esperava uma recuperação de pelo menos 15%.

As fabricantes, contudo, foram atropeladas pela crise dos semicondutores, problemas de logística (falta de navios e contêineres para trazer peças importadas) e pela alta de preços de matérias-primas que foi repassada ao consumidor local.

Só o segmento de automóveis e comerciais leves, o mais afetado pela escassez de semicondutores, teve desempenho ainda pior, com vendas de 1,984 milhão de unidades em 2021, apenas 1,4% acima do resultado de 2020. No início do ano passado, a projeção das montadoras era de crescer também 15% nesse mercado. A alta de 3% foi puxada pelo segmento de caminhões, cujas vendas cresceram mais de 30%.

Em dezembro foram vendidos 207,1 mil veículos, uma melhora de 19,7% em relação a novembro, mas 15,1% inferior ao mesmo mês de 2020. Em automóveis e comerciais leves, as vendas somaram 194,3 mil unidades, 20,3% a mais ante novembro, e 16,6% abaixo de igual período do ano anterior.

Liderança

A Fiat foi líder absoluta do mercado, com 21,7% de fatias das vendas e dois modelos entre os mais vendidos no País, a Strada – primeira picape a ocupar o topo do ranking nacional, com 109,1 mil unidades vendidas -, e o hatch Argo, na terceira posição, com 84,6 mil unidades.

O segundo lugar entre as marcas foi da Volkswagen, com 15,4% de participação nas vendas. A General Motors, que ficou com sua principal fábrica, a de Gravataí (RS), fechada por quase cinco meses, encerrou o ano com 12,2% da fatia do mercado, trocando assim de posição com a Fiat, que em 2020 foi a terceira colocada.

Os dados do mercado em 2021 ainda são parciais. O resultado oficial será divulgado na quinta-feira pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave). No dia seguinte, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea) divulgará resultados de produção, exportações e empregos no setor. A entidade também vai anunciar suas projeções para 2022.

Carros usados

Sem oferta suficiente nas concessionárias, o mercado de carros usados atraiu o consumidor que buscava modelos zero quilômetro e cresceu 18% em 2021 no comparativo com o ano anterior. Foram comercializados 11,244 milhões de automóveis e comerciais leves seminovos (com até 3 anos de uso) e usados mais antigos, ou seja, quase seis unidades para cada novo vendido.

No total de usados, incluindo caminhões, motos e outros, a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos (Fenauto) contabiliza vendas de 15,107 milhões de unidades, 17,8% a mais que em 2020. Ante 2019, ano sem pandemia, foi 3,5% melhor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.