Em 2021, o Índice de Preços teve uma média de 125,7 pontos, alta de 27,6 pontos (28,1%) acima do ano anterior, com todos os subíndices apresentando uma média maior do que em 2020.
O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 140,5 pontos em dezembro, queda de 0,9 pontos (0,6%) ante novembro. De acordo com a organização, entre os principais cereais, os preços internacionais do trigo caíram com melhora da oferta no Hemisfério Sul e desaceleração da demanda. “No entanto, os preços do milho foram mais firmes, sustentados pela forte demanda e preocupações com a persistência do clima seco no Brasil”, destacou a FAO.
As cotações do sorgo subiram, em parte influenciadas pelos mercados de milho, enquanto os preços da cevada caíram ligeiramente, assim como as cotações do arroz. Em 2021, os preços do milho e do trigo ficaram 44,1% e 31,3%, respectivamente, mais altos do que suas respectivas médias de 2020, principalmente por causa da forte demanda e oferta mais restrita, especialmente entre os principais exportadores de trigo.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 178,5 pontos em dezembro, caindo 6,1 pontos (ou 3,3%) em relação aos recordes recentes. “O declínio foi impulsionado pelo enfraquecimento dos preços do óleo de palma e girassol, enquanto os valores do óleo de soja e colza permaneceram praticamente inalterados na comparação mensal”, apontou a FAO.
As cotações internacionais do óleo de palma caíram em dezembro, refletindo principalmente a demanda de importação global moderada em meio às preocupações sobre o aumento de casos covid-19. “Em contrapartida, os preços da soja e do óleo de colza mantiveram-se fortes, amplamente sustentados, respectivamente, pela demanda firme de importação principalmente da Índia e pelo prolongado aperto da oferta global”, informou a FAO. Em 2021, o Índice de Preços do Óleo Vegetal atingiu a média de 164,8 pontos, até 65,4 pontos (ou 65,8%) em comparação com 2020 e marcando uma alta anual de todos os tempos.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 111,3 pontos em dezembro, ligeiramente alterado em relação a novembro e 16,5 pontos (17,4%) acima do valor do ano anterior. Conforme a FAO, as cotações da carne suína caíram pelo sexto mês consecutivo, principalmente por causa da redução nas compras da China. “As cotações internacionais das carnes de ovinos diminuíram com o aumento da oferta da Oceania, assim como os preços da carne de frango que foram pressionados devido ao aumento da oferta global”, destacou a entidade. Em 2021, o Índice teve média de 107,6 pontos, 12,1 pontos (12,7%) acima de 2020. Entre as diferentes categorias, a carne ovina registrou o aumento mais acentuado nos preços, seguida pelas carnes bovina e de aves, enquanto os preços da carne suína caíram marginalmente.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 128,2 pontos em dezembro, 2,3 pontos (1,8%) em relação a novembro e 19,0 pontos (17,4%) superior ao observado em igual mês do ano passado.Em dezembro, as cotações da manteiga e do leite em pó subiram acentuadamente pelo quarto mês consecutivo, segundo a FAO. “A forte demanda de importação persistiu, mas a oferta permaneceu restrita, resultante da menor produção de leite na Europa e na Oceania”, informou a organização. Apesar da baixa produção de leite, a produção de queijo na Europa aumentou, já que os produtores preferiram o queijo aos laticínios alternativos, causando uma queda marginal nos preços do queijo.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do Açúcar ficou, em média, em 116,4 pontos em dezembro, queda de 3,8 pontos (3,1%) em relação a novembro – primeira baixa em cinco meses. “A queda refletiu preocupações sobre o efeito da variante Ômicron covid-19 na demanda global por açúcar após a retomada das medidas de contenção do vírus em muitas regiões”, apontou a entidade.
A desvalorização do real frente ao dólar norte-americano e a queda dos preços do etanol também contribuíram para a redução dos preços mundiais do açúcar em dezembro. Em 2021, o Índice teve média de 109,3 pontos, um aumento de 29,8 pontos (ou 37,5%) em relação a 2020 e o maior desde 2016. “Ao longo do ano, as preocupações com a redução da produção no Brasil em meio a uma maior demanda global por açúcar sustentaram o aumento dos preços”, ressaltou a FAO.