Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para fevereiro teve avanço diário de 0,46%, a US$ 1.797,40 por onça-troy. No acumulado semanal, porém, houve recuo de 1,74% no contrato.
A depreciação do dólar veio à medida que a inflação na zona do euro acelerou à taxa recorde de 5% ao ano em dezembro. A moeda comum, principal componente do índice DXY, se fortaleceu em resposta ao indicador, já que ele aumenta a pressão para que o Banco Central Europeu (BCE) comece a retirar estímulos monetários à economia.
Este processo, já iniciado nos EUA, pode se intensificar ao longo de 2022 também por conta da alta inflação e da situação apertada do mercado de trabalho na principal potência global. A ata da última reunião monetária do Fed e o relatório de empregos – conhecido como payroll – de dezembro indicaram ao longo da semana um aperto mais acelerado da política do BC americano.
Os juros dos Treasuries, que concorrem com o ouro como ativo de segurança, saltaram nas últimas sessões à medida que investidores se preparam para os próximos passos do Fed. “O ouro teve uma semana ruim, mas poderia ter sido muito pior quando você considera que o rendimento da T-note de 10 anos foi de 1,53% para 1,75%”, nota o analista Edward Moya, da Oanda.
Para ele, o metal precioso pode apresentar alguma recuperação na semana que vem se os contratos seguirem em queda nos próximos dias.
Presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly reiterou nesta sexta a percepção de que o BC deve ajustar sua política monetária em breve para controlar a inflação local. Presidente dos EUA, Joe Biden disse confiar que o Fed não deixará que a alta nos preços se “enraize”.