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Bônus da gigante chinesa do setor imobiliário Country Garden têm onda de vendas

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Estadão Conteúdos

Investidores nos bônus do mercado imobiliário da China não dão trégua, no momento em que uma crise de confiança parece se disseminar por incorporadoras aparentemente mais saudáveis, em geral poupadas da onda de vendas do ano passado. O caso mais recente para preocupação é a Country Garden Holdings, a maior incorporadora do país em vendas contratadas em 2021, segundo a China Real Estate Information Corp. A companhia é uma das poucas privadas no setor com ratings de crédito bem melhores do que de suas concorrentes altamente alavancadas.

Até pouco tempo, os bônus em dólar da Country Garden haviam sido em grande medida protegidos da onda de vendas disparada por limites de governos aos empréstimos, o recuo nas vendas de residências e as dificuldades financeiras da rival China Evergrande.

Nesta segunda-feira, porém, um bônus da Country Garden com vencimento em 2026 era cotado a US$ 0,675, segundo a Tradeweb. O bônus, que tem grau de investimento para duas das três principais agências de rating globais, tem sofrido forte queda no preço nos últimos dias, recuando mais de US$ 0,20 em três sessões.

A ação da empresa, por sua vez, recuou 8,1% nesta segunda-feira em Hong Kong, atingindo sua mínima de fechamento em quase cinco anos. Papéis de alguns concorrentes menores, como Cifi Holdings e Sunac China, também recuaram.

Analistas e investidores disseram que uma mudança de atitude da Country Garden sobre um potencial levantamento de financiamento colaborou para desagradar o mercado. Na semana passada, a empresa decidiu não levar adiante a venda de um bônus conversível, após bancos não conseguirem interesse suficiente de investidores para um acordo potencial de US$ 300 milhões, segundo uma fonte. A companhia disse que havia avaliado alternativas diferentes de financiamento.

Em resposta por e-mail, a Country Garden disse que detinha mais de 186 bilhões de yuans (US$ 29,3 bilhões) em caixa em junho, com fluxo de caixa forte. O sentimento fraco do consumidor, porém, faz com que “mesmo as incorporadoras mais fortes possam enfrentar volatilidade, por causa de rumores e manchetes negativas”, disse Luther Chai, analista sênior de pesquisa da CreditSights.