Assim, mesmo somando os dois anos, o setor não deve conseguir se recuperar do tombo de 17% e 22,5% registrado na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020, quando a economia sofreu o choque da chegada da pandemia.
As projeções da Abit têm como premissa um quadro de baixo crescimento econômico, dadas as condições financeiras mais restritivas, com consumo prejudicado pela inflação persistente e geração de empregos mais lenta. Somados os fatores, a associação está pessimista quanto à recuperação da renda.
“Vamos continuar convivendo com o poder de consumo comprometido, o que aumenta o desafio de conquistar corações, mentes e o bolso do consumidor”, comentou o presidente da Abit, Fernando Pimentel, na apresentação das previsões deste ano à imprensa.
Diante de incertezas, principalmente associadas à nova onda da pandemia e às eleições de outubro, cujos desdobramentos têm potencial de agravar ainda mais a percepção sobre os riscos fiscais no País, Pimentel disse que a entidade optou por ser cautelosa em suas projeções iniciais em um ano que promete ser, na avaliação dele, “difícil, ruidoso e polêmico”.
Ele adiantou que qualquer mudança de ambiente, como o risco de retrocesso na reabertura do comércio e dos serviços, pode rapidamente conduzir as previsões do azul ao vermelho.
Pimentel comentou que os registros de afastamento de trabalhadores por infecção da nova variante da covid-19, a Ômicron, estão aumentando na indústria, o que pode comprometer a produção, apesar da perspectiva da Abit de melhora, ao longo do ano, no abastecimento de insumos.