Guzmán qualificou as negociações com o FMI como “realmente duríssimas”, diante da “magnitude do dano infligido à Argentina” pelo acordo anterior com o Fundo, fechado em 2018 pelo então presidente Mauricio Macri. Segundo o ministro, aceitar as demandas do acordo anterior “solaparia a chance de seguir no caminho do crescimento”.
De acordo com Guzmán, o novo acordo tem dois blocos, em seu marco geral: um esquema de políticas macroeconômicas; e medidas que promovam o crescimento de médio prazo e uma “estabilidade duradoura”.
Guzmán disse que o acordo permite uma política fiscal “que não iniba a continuidade da recuperação”, com modo “moderadamente expansivo e sem políticas de ajuste”.
Segundo ele, a iniciativa prevê uma redução gradual do déficit fiscal, equivalente a 2,5% do PIB neste ano, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.
Na frente monetária e financeira, ele disse que o pacto prevê a redução “gradual, mas decidida”, da assistência monetária realizada pelo banco central ao Tesouro. Ele garantiu que “não haverá nenhum salto cambial” e que a atual linha nessa frente será mantida. Também mencionou o trabalho em andamento para “reconstruir o mercado de dívida pública em moeda local”.
Guzmán disse que o acordo olha para a inflação como “fenômeno de múltiplas causas”, que devem ser enfrentadas ao mesmo tempo. Segundo ele, há o objetivo de aumentar o salário real, além de fortalecer a demanda agregada no país. Outra meta citada é a de que as reservas em moeda estrangeira aumentem US$ 5 bilhões, em 2022.
O ministro ainda disse que os direitos dos aposentados serão mantidos e que não haverá “reforma laboral nem privatização de empresas públicas”.
Segundo Guzmán, o acordo fechado foi “razoável” e “o melhor que se poderia conseguir”, abrindo “um caminho transitável” para o país se recuperar.