Guedes também disse que um segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro teria o objetivo de dar sequência à transição da economia brasileira que, segundo ele, está incompleta. “Temos dificuldades às vezes em implementar as privatizações, apesar do presidente ter tido 60 milhões de votos e ter se comprometido com programa liberal. Às vezes a oposição está dentro do governo”, afirmou.
Segundo Guedes, o governo tem atacado todas as despesas que cresciam descontroladamente. “Teremos uma despesa de juros maior este ano, justamente porque estamos combatendo a inflação”, admitiu.
Mais uma vez, o ministro reclamou dos críticos que acusam o governo de “populismo fiscal”. “Erraram as previsões sobre a dívida pública por trilhões. Tem muita gente pessimista falando bobagem, não são mais analistas, são militantes”, avaliou.
OCDE–
O ministro da Economia também afirmou que o Brasil está avançando na abertura internacional e está em direção à integração plena à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
“Pela primeira vez na história, houve uma redução de 10% na Tarifa Externa Comum do Mercosul, e vamos avançar mais. E estamos na lista de adesão da OCDE”, destacou no evento organizado pelo Credit Suisse.
Guedes avaliou que a atual presidência do G-20 – com a Indonésia – é sensível aos problemas dos “gigantes emergentes”. “A Indonésia é um país importante, como o México. O nosso G-7 dos emergentes tem um PIB maior que os sete países avançados mais ricos”, comparou. “Estamos nos Brics, no G-20 e estamos em processo de acesso para a OCDE, o que nos integra com os europeus e ainda mais com os americanos”, disse.
Arrecadação
Paulo Guedes voltou a negar que o forte crescimento da arrecadação em 2021 – para patamares recordes – tenha ocorrido apenas por causa da alta da inflação no ano passado. “Quando a inflação chegou a 15% com a Dilma, tinha que ter tido arrecadação extraordinária então, mas obviamente não é isso. A inflação aumenta a arrecadação, mas aumenta as despesas também, a menos que você tenha a coragem e desindexar as despesas”, afirmou o ministro.