Em Macaé, a previsão é fazer um polo de armazenagem, processamento e distribuição de gás natural produzido nas bacias de Campos e Santos.
“A Eneva vem buscando cobertura nacional no acesso ao gás, e a criação dos hubs é uma peça-chave nessa estratégia. É a entrada da Eneva na malha integrada”, afirmou Lopes durante o Eneva Investor Day.
A escolha de Macaé, explicou o executivo, se deve às perspectivas do aumento da produção de gás natural no País, que pode atingir 100 milhões de metros cúbicos por dia nos próximos anos.
Mesmo assim, a ideia é construir um terminal de regaseificação de Gás Natural Liquefeito )GNL) no porto, para suprir a necessidade de flexibilidade que o gás nacional não tem.
“Se a produção de óleo cai, a produção de gás cai, essa intermitência é o que justifica a importação de GNL, que se consolidou como uma fonte flexível para as termelétricas”, informou Lopes.
O projeto envolve ainda a comercialização de combustíveis líquidos, diante do aumento que também está previsto para a produção brasileira, que tornará o Brasil um grande exportador de petróleo do pré-sal, disse o executivo.
Já no hub de São Luiz está prevista a construção de um gasoduto de 300 quilômetros ligando a capital até o complexo do Parnaíba, onde a Eneva produz diariamente 8 milhões de metros cúbicos diários de gás natural para gerar 2 gigawatts de energia elétrica. O investimento é estimado em R$ 2 bilhões.
O gasoduto poderia ser utilizado tanto para o gás convencional como para escoar o gás não convencional, se a Eneva tiver sucesso na campanha que será iniciada este ano, ou mesmo fazer o caminho inverso com GNL quando a empresa não tiver gás suficiente para atender suas térmicas na bacia do Parnaíba.
O hub do Maranhão, estado onde a Eneva tem sua principal operação, será no porto de Itaqui e tem como uma das motivações as térmicas que serão construídas em capitais que ainda não possuem acesso ao gás, como São Luiz. Também foi justificado pela empresa como um dos últimos estados do Pais que tem consumo relevante de óleo combustível e vai precisar fazer conversão para combustíveis menos poluentes, como o gás natural.
Sem citar valores para os projetos, Lopes informou que no porto deverá ser construído mais um terminal de regaseificação, e possivelmente uma termelétrica. Segundo ele, se a chegada do gás em São Luiz se viabilizar, outros mercados podem se desenvolver, como conversão de indústrias e Gás Natural Veicular (GNV), por exemplo.