Era de se esperar que a agenda local esvaziada e o noticiário mais fraco comprometessem a dinâmica da ponta curta, que, diante das sinalizações do Banco Central, tende a apresentar maior resistência à devolução de prêmios. Por outro lado, os prêmios acumulados já elevados limitam o espaço para altas mais expressivas.
Na última hora da etapa regular, quando o dólar desceu até a casa dos R$ 5,13, as taxas ensaiaram se firmar em baixa, ao mesmo tempo em que o Senado adiava para a semana que vem a votação do pacote de combustíveis. Mas o movimento não prosperou, diante da espera pela divulgação da ata do Fed, às 16h. Praticamente formado um consenso de que o Fed vai começar a subir o juro em março, a maior expectativa era pela sinalização sobre qual seria a dose nesse início de ciclo e também quanto ao balanço da instituição. Mas o documento trouxe poucas novidades e foi lido por agentes inclusive como menos “hawkish” do que o esperado, principalmente depois de uma rodada de declarações de dirigentes do BC americano.
Essa interpretação levou o dólar à vista a fechar na mínima a R$ 5,1279 (-1,02%), em linha com o enfraquecimento global da moeda, e as taxas de juros americanas a recuarem com força. No Brasil, os DIs de prazo mais longo ampliaram a queda no pregão estendido.
Em Brasília, a votação dos pacotes para redução dos preços dos combustíveis ficou para a semana que vem, reforçando a percepção do mercado de que a falta de consenso vai enfraquecendo as chances de as propostas avançarem.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 cedeu de 12,393% ontem a 12,375% (regular) e 12,355% (estendida). O janeiro 2025 subiu de 11,346% a 11,37% na regular e caiu a 11,33% na estendida. E o janeiro 2027 passou de 11,225% para 11,22% (regular) e 11,17% (estendida).
*Colaborou Mateus Fagundes