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Dólar recua com exterior ameno, mas Ucrânia e BCs seguem no foco

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Estadão Conteúdos

O dólar opera em baixa ante o real na manhã desta sexta-feira, após subir ontem. O recuo local está alinhado ao dólar fraco de forma leve ante grande parte das divisas emergentes e ligadas a commodities no exterior nesta manhã, com investidores observando novos esforços diplomáticos para tentar evitar uma invasão da Rússia à Ucrânia. O petróleo segue com perdas em torno de 2%.

Uma melhora das bolsas internacionais e a alta dos juros dos Treasuries de curto e médio prazos apoiam os ajustes de baixa do dólar em meio à agenda local esvaziada, apesar de ainda haver muita incerteza em torno da crise geopolítica no leste europeu. Há expectativas ainda por discursos de quatro dirigentes do Fed neste momento em que o BC americano planeja iniciar o aperto monetária em março.

Ontem, dólar subiu, interrompendo três quedas seguidas, com os temores de que os russos pudessem invadir o território ucraniano, possibilidade não descartada ainda e que segue no centro das atenções.

Estão no radar dos investidores nesta sexta-feira o fluxo cambial, depois de uma pausa aparente nos ingressos de estrangeiros ontem, e também a reunião dos economistas do mercado sobre os temas centrais da macroeconomia com a diretora de Assuntos Internacionais do Banco Central, Fernanda Guardado, às 10h. Nos dois encontros de ontem, a preocupação com a velocidade de desinflação e o impacto fiscal sobre o PIB e IPCA nortearam as conversas.

Os analistas citaram nesta quinta-feira à autoridade monetária o risco de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) supere a marca de 6,0% este ano, ficando acima do teto (5%), segundo fonte informou na condição de anonimato. Sobre a magnitude do aperto, a avaliação de que a taxa Selic deve atingir seu nível terminal entre 12,25% e 12,75% está consolidada no mercado, embora a necessidade da elevação até esse patamar não seja consensual.

A segunda reunião do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por videoconferência, com representantes do funcionários do Banco Central será monitorada também, á tarde. As entidades representativas dos funcionários do BC já estiveram reunidas com Campos Neto no dia 3 de fevereiro, quando mantiveram a sinalização de greve a partir de 9 de março, caso não haja avanço nas negociações por um reajuste salarial equivalente ao prometido pelo governo a policiais federais.

Os funcionários do BC já fizeram um movimento de paralisação no dia 9 de fevereiro e há outra marcada para a próxima quinta-feira, 24.

Às 9h47 desta sexta, o dólar à vista caía a R$ 5,1399 (-0,52%). O dólar para março recuava 0,67%, a R$ 5,1470.