Os clientes que possuem o aplicativo da empresa em seus celulares receberam uma notificação às 17h20 com o seguinte conteúdo: “Aqui a queda é só nos preços! MI-LHA-RES de produtos com até R$ 2.000 OFF + 10x sem juros.” A mensagem é finalizada com a hashtag #RindoComRespeito.
Para Jaime Troiano, presidente da TroianoBranding, a bandeira Via brinca com uma situação grave e que ela mesma está exposta no futuro.
“A mensagem pode ser bem humorada – mas destrutiva e agressiva contra um concorrente, não”, afirma Troiano. “Todo mundo está sujeito a esse tipo de problema digital. E não se pode tripudiar do concorrente. É um nível de civilidade que precisa.”
Em nota, a Via afirmou: “A companhia e suas marcas são solidárias e atentas com os temas do setor. O push em questão, inapropriado, não reflete a posição da empresa. Pedimos desculpas pelo erro, que foi corrigido assim que detectado e impactou uma base ínfima de 0,001% de usuários do aplicativo da marca.”
Entenda o caso
Os sites das plataformas de e-commerce Americanas e Submarino estão fora do ar desde a madrugada de sábado, 19, após ter sido identificado um “acesso não autorizado”, de acordo com nota oficial das empresas encaminhada ao Estadão.
As lojas virtuais fazem parte do grupo Americanas S/A, que sofreu um forte baque em suas ações após três dias de crise: fechou nesta segunda-feira, 21, com baixa de 6,55% a R$ 31,51.
Mesmo no terceiro dia do problema, a Americanas segue sem dar detalhes sobre o acontecimento. Até agora, por exemplo, a empresa não admitiu que qualquer ataque hacker tenha acontecido. No sábado, um grupo chamado Lapsus assumiu a autoria de ataques aos portais de venda da Americanas, o que deixou os sites fora do ar durante um período do dia. No domingo, 20, a empresa decidiu tirar os seus sites do ar de maneira proativa. As operações físicas da empresa estão operando.
“A Americanas acionou prontamente seus protocolos de resposta assim que identificou acesso não autorizado. A companhia atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível”, diz o texto da empresa enviado ao Estadão.