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BoE/Bailey: efeitos colaterais impõem sérios riscos à inflação do Reino Unido

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Estadão Conteúdos

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), Andrew Bailey, disse nesta quarta-feira (23) que há um claro risco de que a inflação elevada persista no Reino Unido se houver um ciclo de preços altos que impulsione os salários. Em testemunho no Parlamento britânico, Bailey disse que efeitos colaterais impõem sérios riscos à inflação britânica, que está no maior nível em três décadas.

Segundo Bailey, se todos tentarem derrotar a inflação, haverá efeitos colaterais que podem forçar o BoE a responder com juros mais altos. Especificamente sobre o salto dos preços de gás, ele atribuiu a questão à crise entre Ucrânia e Rússia.

Bailey afirmou também que modestas altas de juros são prováveis nos próximos meses. O BoE elevou o juro básico em suas duas últimas reuniões de política monetária, da mínima histórica de 0,10% para 0,50%.

Escalada salarial

Andrew Bailey reforçou, na sessão no Parlamento, preocupação com o impacto da alta salarial na inflação. No início deste mês, Bailey foi duramente criticado por lideranças políticas e sindicais após sugerir que trabalhadores deveriam evitar pedir aumentos de salários acentuados como forma de combater à escalada inflacionária.

Hoje, o banqueiro central reconheceu que o comentário é “impopular”, mas reiterou o argumento de que o avanço dos salários pode impulsionar a inflação. Segundo ele, nesse cenário, o impacto seria sentido de forma mais aguda entre pessoas com menor renda.

A dirigente Silvana Tenreyro, que também participou da sessão, defendeu que um aperto monetário “modesto” será necessário nos próximos meses para conter a espiral inflacionária. Na visão dela, uma ação muito rápida de política poderia trazer riscos à economia.