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‘O nosso foco é a expansão para outros países’, diz Alexandre Zolko

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Estadão Conteúdos

Criada por Alexandre Zolko em 2018, a CRM&Bônus surgiu para deixar o cupom de papelzinho para trás e oferecer um software white label (sem a marca do fabricante) que registra e concede, automaticamente, descontos posteriores – os cupons de “próxima compra” – via SMS. O serviço propõe um aumento de retorno de clientes atraídos pelo desconto: a startup estima que o gasto do consumidor pode chegar a 5 vezes mais do que o valor do bônus recebido. A empresa tem como clientes marcas como Vivara, Arezzo e Chilli Beans.

A aposta para tornar a marca conhecida vai ganhar até espaço nas tardes de domingo da TV Globo. No segundo semestre, a CRM&Bônus vai veicular histórias no programa Domingão com Hulk. O segmento vai ser uma espécie de “lar doce lar” do varejo, no qual o programa, em parceria com a startup, vai reformar e reestruturar a operação de diversas lojas espalhadas pelo Brasil. O tema é familiar para Zolko: ele é filho de Michel Zolko e Grace Zolko, fundadores da rede de lojas de roupas TVZ.

O investimento para aparecer em um dos principais programas da TV aberta é resultado do aporte de R$ 280 milhões recebido em rodada liderada pelo SoftBank em outubro do ano passado. Ao Estadão, Zolko conta que planeja também uma expansão geográfica: operando em Portugal, a empresa chegou à Cidade do México em janeiro e se prepara para abrir um escritório nos EUA. Confira os principais trechos da entrevista.

Quais os planos para 2022?

Neste ano, a gente quer muito ligar as indústrias e grandes corporações ao ecossistema. Acabamos de assinar uma parceria com a XP Investimentos, na qual eles vão fazer ações coordenadas conosco e com clientes. Parcerias patrocinadas, como essa, são uma grande aposta nossa para 2022.

Por que a empresa apostou em giftback, e não em cashback?

O cashback é um dinheiro que você pode gastar onde você quiser. É um dinheiro que você resgata. O giftback é um dinheiro que só tem valor na própria loja. Se o cliente não volta na loja e o desconto vence, a marca não teve gasto nenhum, ao contrário do cashback, que a loja tem de tirar do próprio bolso. Se o cliente volta, ele gasta um valor ainda maior no próprio estabelecimento. Não é só o fato de o lojista oferecer um desconto, oferecer um benefício, mas é ele ter um retorno também.

Existe espaço para outras empresas nesse setor?

Grande parte da nossa diferenciação está em como a gente executou a tecnologia e prestou o serviço. O que a gente foi colocando depois de facilidade, de benefícios para os clientes é o que cria a nossa barreira de entrada e saída. Existe espaço para outras startups? Eu seria muito metido se dissesse que não. Mas tenho orgulho de dizer que somos pioneiros.

Quais os objetivos de expansão da startup?

Iniciamos no México há um mês e já estamos presentes em 60 lojas. Em Portugal, nossa operação conta hoje com 200 estabelecimentos, porque fomos procurados por empresas de lá. Vamos iniciar nos EUA no início de março, levando um diretor regional para lá.

Existem planos para um novo aporte?

Estamos crescendo cerca de 10% ao mês há mais de um ano e já estamos gerando lucro. Então, a gente não queima caixa. Quando fizemos a rodada no final do ano, que também teve a Riverwood, a Igah Investimentos e a Volpi Capital, escolhemos fundos que pudessem agregar para nós principalmente na parte internacional. Estamos bem abastecidos, e pensamos em rodadas só se envolver algum processo de aquisição.

A CRM&Bônus caminha para se tornar unicórnio?

É óbvio que dinheiro é uma recompensa de um bom trabalho. Meu objetivo é que a gente consiga abrir capital na Nasdaq, mas não temos pressa.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.