Nesse contexto, Panetta disse que não seria prudente se comprometer previamente com passos futuros na política, até que a crise atual esteja mais clara. “E o BCE segue pronto a agir para evitar qualquer deslocamento nos mercados financeiros que poderia vir da guerra na Ucrânia e para proteger a transmissão da política monetária”, ressaltou.
O dirigente disse que a economia da zona do euro “enfrenta uma série de choques de oferta importados, que puxam a inflação para cima e contêm a demanda”.
Segundo ele, a saída da pandemia da covid-19 tem sido caracterizada por divergências globais entre oferta e demanda, “nos mercados de energia e bens em particular”, com efeitos desiguais entre os setores.
Panetta afirmou que o quadro atual é de “maior volatilidade financeira no curto prazo”. Além disso, considerou que, no médio prazo, aumentou a incerteza macroeconômica.
Para ele, a inflação tem sido impulsionada por uma mudança global nos gastos dos consumidores, de serviços para bens manufaturados, e um quadro de problemas na produção por causa da pandemia. “Isso se traduziu em gargalos na cadeia global de oferta, preços elevados de bens duráveis e fortes pressões sobre as cadeias”, afirma ele.
O choque na oferta tem sido absorvido na zona do euro, mas em ritmo diferente a depender da economia, considerou.