Nesta segunda, as ações ordinárias (com direito a voto) da empresa caíram 7,65%, cotadas a R$ 34,14, enquanto as preferenciais (que dão prioridade a pagamentos de dividendos) recuaram 7,10% (R$ 31,80), após ter batido a mínima de R$ 31,63. “São os investidores prevendo uma intervenção”, crava Rodrigo Barreto, analista da Necton. O movimento também pesou sobre o Ibovespa, que acentuou as perdas para 2,52%, aos 111.593 pontos.
A Petrobras já perdeu R$ 29 bilhões de valor mercado desde a sexta, 4, em meio ao debate político para impedir a escalada dos preços de combustíveis. Nesta segunda, técnicos de ao menos três ministérios devem se reunir para debater uma forma de evitar que a disparada do preço do petróleo no mercado internacional chegue às bombas de combustíveis no País.
“Hoje o noticiário traz exatamente as possibilidades que muita gente temia, de alteração na política de preços da Petrobras por iniciativa do governo. Em todo e qualquer governo esse receio paira, mas os medos vem se tornando realidade nesse”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “O fato é que o PL do Senador Jean Paul Prates pode ser apreciado essa semana, quando voltam os trabalhos presenciais, mas seu impacto é extremamente limitado e pioraria muito as expectativas de inflação pelo modelo de alívio.”
Sanchez calcula que, ao término da semana passada, mesmo com o câmbio cotado a R$ 5,06 o dólar, a Petrobras já tinha cerca de 25% de defasagem para corrigir. Caso o dólar permaneça nesse patamar e a gasolina suba os 7% que o Brent vai avançando hoje sobre o último fechamento, a defasagem estará em 35%.
Na tarde desta segunda, o barril do petróleo WTI para abril subia 5,02% na Nymex, a US$ 121,49, enquanto o do Brent para maio avançava 6,28% na ICE, a US$ 125,53.