“É um pouco como no início da crise da covid-19. Ninguém tem uma pista do que pode acontecer a seguir”, disse Jérôme Legras, diretor de pesquisa da Axiom Alternative Investments. Desde o início do conflito, o subíndice bancário do Euro Stoxx recuou quase um quarto. Papéis do Société Générale, da França, do italiano UniCredit e do austríaco Raiffeisen Bank International, todos com operações locais na Rússia, recuaram até 35%, 38% e 47%, respectivamente. Eles reagiam um pouco nesta terça-feira, mas bem abaixo das máximas após o auge da pandemia.
Negócios na Rússia representam uma parcela pequena dos lucros do Société Générale e do UniCredit. Mas o Raiffeisen está em posição mais delicada, já que cerca de 40% de seus lucros vem da Rússia e da Ucrânia. Na semana passada, o banco suspendeu dividendos para preservar caixa, assustando investidores. Analistas, porém, dizem que o banco, relativamente pequeno, está protegido contra problemas mais graves pois pertence a uma rede de bancos sob o mesmo nome na Áustria, que o apoiaria financeiramente se necessário.
Outros com laços menos diretos com a Rússia não foram poupados. O UBS informou na segunda-feira que sua exposição direta de risco ao país, incluindo empréstimos e derivativos, era de US$ 634 milhões em 31 de dezembro, uma pequena parcela de seu total de US$ 21 bilhões em mercados emergentes. Ainda assim, a ação desse banco recuou quase um quinto em relação a seu valor desde 23 de fevereiro.
Nesse contexto, os bancos correm para cortar vínculos com bancos alvos de sanções, reavaliar seus ativos na Rússia e também qualquer exposição ao país.