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Ouro sobe a US$ 2 mil por onça-troy pela 1ª vez em 19 meses

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Estadão Conteúdos

O contrato mais líquido do ouro fechou em alta mais uma vez e garantiu a marca de US$ 2 mil por onça-troy. O nível havia sido alcançado pela última vez em agosto de 2020. A guerra na Ucrânia e os possíveis impactos sobre a inflação e o crescimento ao redor do mundo impulsionam o ouro, considerado proteção para os investidores.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril subiu 2,37%, a US$ 2.043,30 por onça-troy.

Pela manhã, o ouro chegou a subir mais de 3% no mercado internacional. Senadores bipartidários dos Estados Unidos apresentaram um projeto de lei para impedir que a Rússia venda suas reservas de ouro como resistência às sanções.

A guerra na Ucrânia tem implicações “óbvias e significativas” para os preços das commodities, diz o TD Securities. “Mas seriam essas implicações mais persistentes para a inflação do que para o crescimento?”, questiona.

Para analistas, os bancos centrais ao redor do mundo estão temendo um canal de inflação que reforce a si mesma, no qual as expectativas inflacionárias podem ser desancoradas “se o choque penetrar na psique do mundo”.

Em evento nesta terça-feira, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou que as sanções impostas à Rússia terão impactos sobre diversas economias. Os reflexos mais duros devem se dar sobre os preços das commodities, em especial as ligadas à energia, disse.

A alta nos preços de energia já vêm sendo monitorada pelos operadores, uma vez que provoca o avanço na inflação e pode influenciar nas decisões de política monetária de grandes bancos centrais, como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e o Banco Central Europeu (BCE).