Operadores do mercado afirmam que as commodities e o dólar recuam após a China ampliar as medidas de lockdown para conter a disseminação do coronavírus. O temor é de que possíveis políticas “Covid Zero” afetem a demanda por matéria-prima, com risco de choque na cadeia produtiva. Essas medidas mais agressivas de distanciamento colocam investidores em alerta e se sobrepõem aos dados econômicos chineses acima do esperado.
A produção industrial da China teve expansão interanual de 7,5% nos meses de janeiro e fevereiro, acima do aumento de 4,3% apurado em dezembro, informou o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, pela sigla em inglês). O resultado também foi superior ao crescimento de 3,5% projetado pelos economistas consultados pelo The Wall Street Journal (WSJ).
Já as vendas no varejo aumentaram 6,7% no país, superando a expectativa do mercado, de 4,3%, e o crescimento visto no último mês de 2021, de 1,7%. No período, os investimentos em ativos fixos tiveram alta anual de 12,2%, acima dos 5% esperados pelos analistas do WSJ e do aumento de 4,9% em dezembro. Ja a taxa de desemprego em áreas urbanas ficou em 5,5% em fevereiro, em linha com a meta oficial, mas acima da taxa de 5,1% registrada em 2021.
Além disso, apesar da ampliação dos ataques de tropas russas na Ucrânia, as conversas diplomáticas para tentar acabar com o conflito no leste europeu persistem e seguem no radar dos mercados. A União Europeia aprovou nesta terça-feira um quarto pacote de sanções contra a Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia.
Nesta véspera de decisões de juros do Copom e do Federal Reserve dos EUA, deve ficar no foco o leilão de NTN-B e LFT (11h) e o Índice de Preços ao Produtos (PPI) americano (9h30). Às 9h21, o dólar à vista caía 0,50%, a R$ 5,0951. O dólar para abril recuava 0,61%, a R$ 5,1190.