O desempenho das companhias foi forte no ano passado, em grande parte devido à reabertura das economias, demanda reprimida e estímulos governamentais, aponta a Fitch. Esses fatores juntamente com a dinâmica favorável do mercado de capitais, melhoraram a posição financeira da maioria dos emissores, permitindo-lhes pagar dívidas, reforçar a liquidez e estender os vencimentos, o que deve limitar o número de ações de rating negativas decorrentes do conflito, afirma a agência.
No entanto, grandes eventos de risco negativo, como o conflito entre Rússia e Ucrânia e a pandemia, que têm repercussões macroeconômicas globais, podem afetar desproporcionalmente os países de mercados emergentes e podem alterar a trajetória de crédito de alguns setores, alerta o relatório. Isso se deve a prêmios de risco mais altos e incertezas relacionadas ao crescimento econômico para a América Latina e seus parceiros comerciais, aponta a Fitch.
Os emissores no Chile e no Peru têm alta exposição às exportações e se beneficiam do aumento dos preços das commodities, no entanto, a inflação acelerada, o crescimento global mais lento e a desvalorização das moedas podem compensar alguns dos benefícios dos preços das matérias primas, avalia. Um período prolongado de custos elevados de energia e commodities, dada a importância da Rússia para a oferta global de petróleo e certos metais e grãos, pressionará as margens e o fluxo de caixa de alguns setores, principalmente se o crescimento econômico e os gastos do consumidor desacelerarem, projeta a Fitch.
A agência prevê que o PIB regional terá um aumento abaixo de 2% em 2022, ante 7% em 2021, devido em parte a uma forte desaceleração no Brasil e no México.