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Demanda por crédito do consumidor recua 4,3% em fevereiro, diz Boa Vista

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Estadão Conteúdos

A procura do consumidor por crédito recuou em fevereiro, em relação ao janeiro, descontados os efeitos sazonais, segundo o indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor. A queda praticamente devolveu a alta registrada um mês antes, também de 4,3%, em comparação a dezembro de 2021.

Ainda assim, a média móvel trimestral aponta alta de 5,6% no trimestre encerrado em fevereiro contra o trimestre encerrado em novembro. Na comparação interanual o ritmo ainda é elevado e o indicador registrou alta de 17,4%, contribuindo para acelerar o crescimento em 12 meses acumulados, que passou de 9,1% para 12,5%.

Segundo o indicador da Boa Vista, os números do segmento Financeiro registraram queda de 2% na comparação mensal e alta de 29,4% frente ao mesmo período de 2021. No mesmo sentido, o segmento Não Financeiro caiu 5,7% no mês e subiu 9,3% na comparação interanual. Já na comparação dos trimestres móveis, foi o segmento Não Financeiro que mais puxou o indicador agregado para cima, com alta de 7,6%, enquanto o segmento Financeiro subiu 2,6% na mesma base de comparação.

De acordo com a Boa Vista, o indicador se manteve num ritmo de alta na curva de longo prazo, mas o resultado no mês voltou a posicioná-lo abaixo do nível observado no período pré-pandemia, em fevereiro de 2020. A retração no mês se deveu a ambos os segmentos do indicador. E vale ressaltar também que a queda no segmento Financeiro reverteu nove meses consecutivos de alta, enquanto o resultado no segmento Não Financeiro interrompeu uma sequência de três meses de crescimento.

“No mais, a curva do segmento Financeiro segue acompanhando de perto a concessão de recursos livres às famílias, que aponta alta de 23,4% na variação acumulada em 12 meses, de acordo com números do Banco Central”, pontuaram os analistas da Boa Vista.

Esse ritmo forte de crescimento em 12 meses, contudo, segundo eles, tende a perder o fôlego à medida que o cenário econômico não melhora. As pressões inflacionárias que já eram elevadas só aumentaram depois do início do conflito entre Rússia e Ucrânia e, de acordo com o boletim Focus mais recente, isso se refletiu num aumento da projeção de juros básicos, que subiu de 12,25% para 12,75%, e de inflação (IPCA), que passou de 5,65% para 6,45%. Ambos, por sinal, com viés de alta para as próximas aferições.