Sobre o temor de que o aumento das taxas leve a economia a uma recessão, e que, com a alta dos preços da energia desde a invasão da Ucrânia, haja estagflação, Barkin afirmou que a “trajetória de juros que anunciamos esta semana não deve levar ao declínio econômico. Ainda estamos longe do patamar de taxas que constrange a economia”.
“O pior da pandemia ficou para trás e estamos 22 meses na recuperação mais rápida de nossa memória”, avalia o dirigente. Até o final deste trimestre, o PIB dos EUA provavelmente ultrapassará não apenas seu nível pré-pandemia, mas talvez também sua linha de tendência pré-pandemia, projeta Barkin. “Os gastos do consumidor são fortes, o investimento empresarial é saudável e o mercado imobiliário está aquecido”, aponta ainda.
Segundo o dirigente, um dos efeitos das ações do Fed é por conta de indivíduos e empresas criarem expectativas sobre a inflação futura. “As empresas então tomam suas decisões de preços e remuneração – e os indivíduos tomam suas decisões de compra e contratação no contexto dessas expectativas”, aponta. “Se o Fed fizer sua parte para controlar a inflação, as expectativas e os aumentos de preços e salários permanecem estáveis e ancorados”, resumiu.
Segundo ele, os movimentos no balanço patrimonial do Fed podem reforçar a trajetória de normalização, e uma redução deverá começar em breve.
Para Barkin, as compras de ativos reduziram as taxas de forma modesta, e as reduções devem ter um efeito simétrico e aumentar modestamente as taxas de médio prazo, apoiando assim a trajetória de juros desejada.