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Dólar cai em meio a petróleo volátil e de olho em reuniões sobre guerra e RTI

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Estadão Conteúdos

O dólar opera em baixa na manhã desta quinta-feira (24) em meio à volatilidade do petróleo e possível continuidade de ingressos de capitais estrangeiros no mercado interno. Mais cedo, a commodity exibia leve baixa, mas o preço do barril do tipo Brent seguia acima dos US$ 120 (estava a US$ 121,46 às 9h24). Os investidores globais estão de olho ainda nos desdobramentos das reuniões do Conselho Europeu, G-7 e Otan com a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Bruxelas, para tratar da guerra da Rússia na Ucrânia, que completa um mês hoje.

O mercado local repercute também o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do primeiro trimestre, divulgado nesta manhã, enquanto aguarda a entrevista sobre o documento que será concedida pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto (11h).

No RTI, o Banco Central afirma que a principal pressão de inflação no próximo trimestre será de combustíveis e que os alimentos devem ter alta importante com guerra na Ucrânia e clima extremo. Por outro lado, o documento diz que a inflação de serviços deve recuar, mas ainda assim se manter em patamar elevado. A taxa real neutra usada nas projeções do BC é de 3,5%.

O BC manteve no documento as suas estimativas de inflação para anos de 2022 e 2023 no cenário alternativo criado pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que utiliza uma trajetória para os preços do barril de petróleo conforme estimativas de mercado, com queda ao longo de 2022. Esse cenário, considerado de maior probabilidade pelo BC, foi chamado de “Cenário A” pela autoridade monetária e aponta que a inflação projetada é menor que a do cenário de referência da instituição.

A autoridade enfatiza no documento que o petróleo é substancial fonte de incerteza para a projeção de inflação deste ano. O RTI trouxe ainda um boxe sobre choques de oferta, preços e consumo que atingiram a economia brasileira no ano passado.

Para o curto prazo, a previsão da autoridade monetária para o IPCA – o índice oficial de inflação – para março é de alta de 1,02%. Já a projeção para abril é de elevação de 1,21% e, para maio, queda de 0,14%. Nesta quarta-feira, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, repetiu que o pico da inflação acumulada em 12 meses deve ocorrer em abril deste ano.

Às 9h25 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,68%, a R$ 4,8119. O dólar para abril recuava 0,29%, a R$ 4,820.