Huawei amplia lucro, mas sofre baixa relevante na receita em 2021
A Huawei sofreu queda no faturamento nas suas maiores linhas de negócios. A multinacional chinesa é alvo de sanções dos Estados Unidos, o que limitou o seu acesso a diversos tipos de tecnologias de empresas norte-americanas (o que afetou as vendas de smartphones e outros dispositivos), além de vetar a implementação de redes 5G com equipamentos das empresa em alguns países.
A divisão de negócios da multinacional voltada para fornecimento de equipamentos de redes a operadoras, houve recuo de 7% na receita, para 281,5 bilhões de yuans (U$S 44,15 bilhões). A divisão é a principal da Huawei e representa 44,2% da receita total do grupo.
A receita da segunda divisão de negócios mais importante, de consumo (produtos e serviços para consumidores finais, como telas inteligentes e fones de ouvido sem fio), despencou 49,6%, para 243,4 bilhões yuans (U$S 38,17 bilhões). Aqui, a fatia é de 38,2% do total.
Na contramão, o faturamento na linha de negócios corporativos cresceu 2,1%, para 102,4 bilhões yuans (U$S 16,06 bilhões). A divisão representa 16,1% da receita total.
O vice-presidente da Huawei, Karl Song, afirmou que a companhia está enfrentando desafios oriundos de fatores externos, entre os quais estão as sanções impostas à empresa pelos Estados Unidos, além de instabilidades nas cadeias globais de suprimentos em meio à guerra na Ucrânia, e os efeitos prolongados da pandemia.
“São fatores fora de nosso controle e que também afetam outras multinacionais”, explicou nesta segunda-feira o executivo, em entrevista por videoconferência à imprensa da América Latina.
Apesar do recuo significativo da receita, a companhia foi capaz de ampliar o lucro graças à redução em despesas operacionais e venda de ativos. Ele também explicou que a divisão de consumo (com a maior queda na receita) é a que tem as menores margens.
Song acrescentou que, em 2022, será reforçado o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Os recursos serão destinados a arquitetura de sistemas, melhora nos softwares e pesquisa de aplicações do 5G, e inovações – já que a empresa perdeu acesso a tecnologias norte-americanas.
Os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) atingiram 142,7 bilhões de yuans (U$S 22,38 bilhões) no ano passado, o que representa 22,4% da receita total.
A multinacional chinesa está fornecendo redes 5G para clientes em ao menos 13 países, incluindo Suíça, Alemanha, Finlândia, Holanda, Coreia do Sul e Arábia Saudita. Paralelamente, assinou mais de 3 mil contratos comerciais para aplicações industriais do 5G, em setores como manufatura, mineração, siderurgia, portos e hospitais, entre outros.
No Brasil, a Huawei não sofreu restrições para operação, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos e nos seus aliados mais próximos. O diretor local de cibersegurança da Huawei, Marcelo Mota, disse, na coletiva, que as perspectivas são positivas para o Brasil. Com a conclusão do leilão do 5G, em novembro do ano passado, as teles estão se preparando para implementar as redes e ativar o sinal a partir de julho.
