Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para maio encerrou a sessão com perdas de 6,97% (US$ 7,94), a US$ 105,96. Já o barril do petróleo Brent para junho recuou 6,71% nesta segunda (US$ 7,88), a US$ 109,49, na Intercontinental Exchange (ICE).
Na madrugada, o petróleo já operava em queda forte, acelerando o movimento depois, em meio à alta do dólar e a temores sobre demanda mais fraca pela commodity após a China decretar um lockdown escalonado em Xangai, no domingo, para conter um surto de covid-19. Autoridades locais afirmaram que planejam separar a cidade de mais de 25 milhões de residentes em duas, impondo lockdown a uma metade e depois à outra na próxima semana e meia.
Para o Commerzbank, as restrições na China estão provocando preocupações crescentes de que a rígida política de zero covid levará a repetidos bloqueios nos principais centros de negócios, o que provavelmente não deixará a demanda de petróleo ilesa. Para Edward Moya, da Oanda, vai ser um “caminho atribulado” para o óleo. “A Opep+ provavelmente permanecerá no curso e não parece que o presidente russo Putin fará qualquer compromisso para acabar com a guerra tão cedo. Com as perspectivas de um renascimento do acordo nuclear com o Irã desaparecendo, parece que o lado da oferta da equação deve manter o petróleo acima do nível de US$ 100”, pondera, em relatório enviado a clientes.
De acordo com o TD Securities, embora a intensificação dos bloqueios na China esteja impactando significativamente a mobilidade e a demanda de transporte, os preços do petróleo não serão corrigidos significativamente, pois os riscos de fornecimento de energia permanecem elevados, fornecendo isolamento contra os ventos contrários da demanda de curto prazo.
As exportações de petróleo da Rússia encolheram mais de 25% na semana de 17 a 23 de março em comparação com a semana anterior, segundo dados do setor.
Para o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos (EAU), Suhail al-Mazrouei, o óleo da Rússia não pode ser substituído. Já o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammed Barkindo, afirmou que, de acordo com o panorama para 2025, a indústria de petróleo e gás precisará de cerca de US$ 11 trilhões para atender a demanda futura.