“Depois de alta no mês passado, a confiança do comércio ficou relativamente estável na passagem para março. Essa estabilidade foi resultado da combinação da expressiva alta do índice que mede o volume de demanda no momento presente e da intensa queda das expectativas em relação aos próximos meses”, avalia Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
De acordo com Tobler, nos dois sentidos é preciso cautela, dado que a alta do ISA-COM recupera apenas 31% das perdas acumuladas nos sete meses anteriores. E, pelo lado das expectativas, indica ele, a queda mais intensa pode ter sido influenciada pelo aumento da incerteza ao longo do mês, em especial aquelas relacionadas aos desdobramentos da guerra.
“O patamar da confiança continua baixo e ainda não é possível imaginar uma recuperação mais consistente nos próximos meses, dado o cenário macroeconômico negativo e a provável manutenção de níveis elevados de incerteza”.
Em março, houve piora na confiança em quatro dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 9,5 pontos, para 87,6 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) caiu 10,0 pontos, para 86,4 pontos.
A Sondagem do Comércio de março coletou informações de 771 empresas entre os dias 3 e 28 do mês.