Kaletsky observa que, como a crise na Ucrânia estava se desenhando há pelo menos 3 meses, alguns investidores já vinham mudando o destino de seus recursos. E o Brasil recebeu fluxos adicionais, influenciado por ser uma economia produtora de commodities, que se beneficiam do novo cenário mundial. Outro atrativo é que os preços no mercado doméstico estavam depreciados, comparado a outros emergentes.
Se no curto prazo os ativos de risco se beneficiam, no médio e longo prazo, a realocação precisa ser em ativos de valor real, disse Kaletsky. Os ativos puramente monetários, incluindo o dinheiro, vão perder valor de forma mais rápida pela frente do que ocorreu no passado.
Questionado sobre o que Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) fará nesse ambiente de guerra, Kaletsky disse que a instituição vai evitar provocar novos choques. Assim, não deve subir os juros em 50 pontos-base, como chegou a prever anteriormente. O mais provável é um aumento de 25 pontos e a indicação de outras elevações nesse patamar para as próximas reuniões. “O Fed ficou agora mais previsível do que antes do conflito”, afirmou em evento do BTG Pactual.