Houve uma contração na estimativa de alta em 12 meses em relação à pesquisa de fevereiro, que havia apontado expectativa de alta de 16,3%. Devido à greve dos servidores do Banco Central, os dados de crédito de fevereiro ainda não foram divulgados, e não têm data para sair. A pesquisa da Febraban serve como uma espécie de “prévia” para a estatística.
“A tendência é ter um ano com maior acomodação do ritmo de crescimento do crédito devido ao cenário de arrefecimento da atividade econômica, com alta mais acentuada da Selic para conter a inflação”, diz Rubens Sardenberg, diretor de economia, regulação prudencial e riscos da Febraban.
Ele considera, entretanto, que os dados e projeções do primeiro trimestre mostram o crédito ainda em patamares elevados, o que mostra que ainda há injeção de dinheiro na economia. “Estes números também podem indicar uma certa resiliência da economia e afastam, ao menos por enquanto, que se instale um quadro recessivo da economia ao longo deste ano”, destaca.
Entre fevereiro e março, a expectativa é de alta de 1,8% no crédito destinado às famílias, e de 1,6% na carteira de empresas, ambos no crédito com recursos livres. No caso das famílias, o crescimento em 12 meses deve chegar a 24,6%, no maior patamar desde dezembro de 2008 (+25,8%), de acordo com a entidade.
Concessões
Também em março, as concessões de crédito devem apresentar um salto de 30,7% em relação a fevereiro, graças à sazonalidade positiva de algumas linhas e ao maior número de dias úteis em relação a fevereiro. Em 12 meses, a expansão deve ser de 25,4%, o maior número da série histórica, iniciada em 2013.
O crédito destinado às empresas deve apresentar a maior alta mensal, de 36,7%, enquanto as concessões para famílias devem avançar 25,2%.
No caso do crédito para empresas, a pesquisa aponta que as operações com recursos livres devem ser beneficiadas por fatores sazonais, com impulso a linhas relacionadas ao fluxo de caixa, por exemplo. Para as famílias, linhas ligadas ao consumo, como o cartão de crédito e o crédito pessoal, devem apresentar as maiores altas.
A pesquisa da Febraban é divulgada mensalmente, e toma como base dados consolidados dos principais bancos do País, que representam de 38% a 88% do saldo total de operações do SFN, a depender da linha, além de variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.