A decisão de Ackman, explicada em longa carta divulga na quarta-feira à noite, ocorreu após o balanço decepcionante da Netflix, que fez as ações da companhia despencarem 35% na quarta. A venda dos papéis vai fazer o retorno dos fundos da Pershing Square cair quatro pontos porcentuais.
Ackman argumenta que, após perder assinantes, a Netflix anunciou que vai mudar o modelo de assinaturas, incluindo alguns mais baratos que terão propagandas. Para o investidor, essas mudanças são muito incertas. “É extremamente difícil prever seu impacto no crescimento de assinantes a longo prazo da empresa”, escreve o gestor.
O megainvestidor ressalta que sua gestora não gosta de incerteza. “Exigimos um alto grau de previsibilidade nos negócios em que investimos devido à natureza altamente concentrada de nosso portfólio.”
No final de janeiro, o gestor anunciou ter comprado 3,1 milhões de papéis da Netflix, com a ação na época na casa dos US$ 360, investindo mais de US$ 1,1 bilhão na empresa. Na quarta, a ação fechou em US$ 226, o que avaliava a posição do gestor em US$ 700 milhões.
Na carta da quarta à noite, ele ressaltou que perdeu a confiança na capacidade da gestora “de projetar as perspectivas futuras da companhia com grau de certeza suficiente”. Assim, resolveu agir rapidamente quando percebeu que os números atuais da Netflix não correspondem à tese de investimentos de quando comprou a fatia, que foi anunciada em seu Twitter dia 26 de janeiro. Naquele dia, Ackman destacou que a Pershing Square era um dos 20 maiores acionistas da empresa de streaming.
“Um de nossos aprendizados com os erros do passado é agir prontamente quando descobrimos novas informações sobre um investimento que são inconsistentes com nossa tese original”, escreveu o gestor.
No pregão desta quinta, o papel da Netflix cai 5,2%, a US$ 214,37.