Segundo a ANBCB, o Sistema Expectativas de Mercado, que alimenta o Focus, e os Indicadores Econômicos Selecionados, como o movimento de câmbio contratado, “não serão atualizados para a próxima reunião do Copom”. O Focus está sem atualização há três semanas, enquanto o fluxo cambial pode completar quatro nesta quarta-feira (20). Na primeira semana da greve, o BC havia dito que continuava coletando as informações e que a divulgação ocorreria após o fim da greve, mas que as apresentações de conjuntura para o Copom seriam mantidas durante o movimento. Procurado hoje, o BC ainda não se manifestou.
“O Copom não terá acesso a informações atuais da economia brasileira sobre as estatísticas do setor externo, monetárias e de crédito e fiscais. Os últimos dados sobre estas estatísticas e disponíveis para o Copom são de janeiro de 2022. Normalmente, o Copom de maio de 2022 teria a sua disposição informações oficiais sobre estas estatísticas até março de 2022 e informações preliminares de abril de 2022”, afirma a ANBCB, em nota.
A associação tem publicado boletins diários sobre o efeito do movimento nos departamentos do BC. Hoje, foi a vez do Departamento de Estatísticas (Dstat), ligado à Diretoria de Política Econômica. Segundo a ANBCB, 60% dos servidores do departamento estão em greve, incluindo chefes de subunidade, coordenadores e assessores.
“Apesar de continuar coletando informações brutas para compilar as estatísticas econômico-financeiras, os processos de compilação de estatísticas dentro do Dstat foram significativamente afetados com a operação-padrão realizada pelos servidores do departamento e estão parados com a deflagração da greve dos servidores do Banco Central do Brasil”, afirma.
Além do Focus, dos indicadores selecionados e das estatísticas de crédito, fiscal e de setor externo, a associação afirma que os dados de reservas internacionais divulgados diariamente, às 17h, não são atualizadas desde 29 de março de 2022 no Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS) do BC. Da mesma forma, as intervenções líquidas do BC em moeda estrangeira não são publicadas desde 18 de março, segundo o sindicato.