Após leitura do comunicado no qual o colegiado indica que provavelmente continuará subindo os juros, agora em 12,75%, Megale observa que, em nenhum momento do texto, o Copom deixa claro que pretende realizar na reunião de junho o último aumento da taxa.
“Diz que vai desacelerar o ritmo de elevação da Selic, caminhando para um ajuste mais fino. Mas em nenhum momento o comunicado mostra que o BC está pensando em parar. As condições sugerem que o ciclo continue”, comenta o economista-chefe da XP. “O comunicado é, na minha visão, um pouco mais duro do que o mercado esperava. É um comunicado que deixa a porta aberta para um ajuste um pouco mais intenso, e talvez um pouco mais longo do que vinha sendo sinalizado antes”, acrescenta Megale.
Ele reiterou a previsão da XP que aponta o fim do ciclo de aperto monetário com a Selic a 13,75% ao ano, colocando na conta mais dois aumentos de 0,5 ponto porcentual nas reuniões do Copom em junho e agosto.
Dado o cenário adverso, contudo, não se pode descartar, conforme o economista, a possibilidade de o BC mudar de ideia e repetir a dose desta quarta-feira, encerrando o ciclo com novo aumento de um ponto porcentual no mês que vem.