Elderson ressaltou que o BCE já começou o processo de normalização monetária, com o fim do Programa de Compra de Emergência de Pandemia (PEPP, na sigla em inglês) em março e o início da redução das aquisições de títulos. “Encerrar as compras líquidas de ativos nos permitirá considerar um aumento de juros no verão (europeu)”, destacou.
O membro do BCE pontuou que os ajustes nas taxas de juros serão “completamente dependentes dos dados” econômicos e que a autoridade monetária discutirá o tema na reunião de junho. Ele, no entanto, não antecipou sua posição sobre quando a elevação deverá começar. Mais cedo, o também dirigente do BCE Olli Rehn advogou por uma alta nas taxas em julho.
Elderson assegurou que o BC trabalhará para que a inflação não se incorpore à economia e provoque efeitos secundários. Segundo ele, a instituição utilizará todos os instrumentos necessários para evitar uma fragmentação da política monetária, incluindo possível flexibilidade de reinvestimento do PEPP.
Para o dirigente, não há risco de “japonização” da zona do euro, isto é, crescimento fraco e inflação baixa estruturais. “Nossos bancos estão em melhor forma e não há bolha imobiliária comparável”, explicou.
Elderson defendeu ainda a necessidade de uma abordagem coordenada para a regulação de criptoativos, uma vez que esses instrumentos representam um “fenômeno global”. “A regulamentação precisa equilibrar riscos e benefícios e abordar questões como atividades ilícitas transfronteiriças e a pegada ambiental de criptoativos”, opinou.