Enquanto dirigentes da Scania e da Marcopolo traçaram um cenário no qual os sistemas convencionais movidos a combustíveis fósseis convivem com veículos elétricos, o presidente da WEG, Harry Schmelzer, projetou uma transformação rápida da mobilidade nos centros urbanos.
Ao apontar a um futuro em que “tudo será elétrico”, Schmelzer observou que a velocidade da transição deve ser impulsionada pela ascensão dos critérios socioambientais – ESG, na sigla em inglês – nas decisões de investimento e consumo, além da tendência de redução de custos das novas tecnologias.
“O Brasil tem que apostar em todas as frentes, mas não pode deixar os elétricos de lado”, disse o executivo durante o evento, promovido por Petrobras e Banco do Brasil (BB).
Antes de Schmelzer, o CEO da Scania na América Latina, Christopher Podgorski, voltou a apresentar a visão da montadora de que os veículos de propulsão elétrica devem ganhar espaço, mas seguirão compartilhando as estradas com caminhões movidos a diesel ou outros combustíveis mais limpos, como o biometano.
O CEO da Marcopolo, James Bellini, foi na mesma trilha ao citar questões relacionadas a custo e atrasos na infraestrutura necessária para a introdução dos veículos elétricos. Como exemplo, disse que há dúvidas sobre o que aconteceria se toda a frota de ônibus da cidade de São Paulo, algo ao redor de 14 mil veículos, passasse a madrugada, quando deixa de circular, sendo recarregada.
Da mesma forma, ele comentou que não está claro para os operadores de transporte em quanto tempo a tecnologia elétrica é paga pela economia dos custos operacionais, em especial nos gastos com combustível, já que o ônibus elétrico é pelo menos três vezes mais caro do que um coletivo movido a diesel.
“Entendemos que o elétrico puro não é o único caminho. Temos que pensar em várias rotas”, defendeu Bellini. “Precisamos pensar em várias rotas até chegar, no longo prazo, à emissão zero. Em hipótese nenhuma enxergamos emissão zero no curto prazo”, acrescentou o presidente da fabricante de carrocerias de ônibus.