Mais cedo, o especialista em governança Renato Chaves também informou que por não ter ligação com o setor de petróleo o nome de Andrade deve ser rejeitado pelo Comitê de Elegibilidade da empresa, mas mesmo assim, pode assumir o cargo máximo na companhia, como ocorreu com outros indicados pela União.
Para ele, a indicação de Andrade é “mais um ataque de Bolsonaro à maior empresa do País”.
De acordo com Bacelar, o interesse do presidente Jair Bolsonaro é se descolar da política de preços da Petrobras, que acompanha os preços de importação (PPI) desde 2016.
Na avaliação do sindicalista, o próprio Bolsonaro poderia mudar essa política, que é de responsabilidade do Executivo, e não do Legislativo.
Pelas contas da FUP, entre janeiro de 2019 e 10 de maio de 2022 – quando entrou em vigor mais um reajuste do diesel, de 8,8% – a gasolina, nas refinarias, subiu 155,8%, o diesel 165,6% e o GLP 119,1%.
“O fato é que Bolsonaro não muda ou abandona a política de preço de paridade de importação, o PPI, porque não quer. O PPI não é lei; é decisão do Executivo”, explica Bacelar.
Segundo o sindicalista,o foco da gestão da Petrobras no atual governo é a geração de caixa, resultante da venda dos combustíveis a valores de PPI, altos lucros e dividendos para acionistas, numa política de transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos, “um verdadeiro Robin Hood às avessas”, compara, ressaltando que com a alta dos combustíveis impactando a inflação, a população de baixa renda fica em uma situação ainda pior. “Na ponta mais frágil dessa equação está o trabalhador brasileiro que há três anos não tem reajuste real do salário-mínimo, sendo vítima do processo de empobrecimento acelerado”, afirma.