Mas alguns líderes em Davos alertaram que a crise também pode dar aos produtores uma abertura para investir no tipo de projetos de combustível fóssil de longo prazo que os governos ocidentais vêm desencorajando, à medida que os países buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa ligadas às mudanças climáticas.
Segundo eles, esse quadro pode dificultar o alcance das metas do Acordo de Paris internacional, que busca manter o aumento da temperatura global abaixo de 2ºC em relação aos níveis pré-industriais.
“É legítimo fornecer segurança energética e abordar esta questão de emergência imediata”, disse diretor executivo da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol. “No entanto, isso não deve ser confundido com fazer uma nova onda de investimentos em combustíveis fósseis em grande escala”, advertiu.
O presidente da Siemens Energy, Joe Kaeser, disse que está ouvindo ideias sobre energia que ele pensava estarem superadas há muito tempo. “Vemos muitas pessoas falando sobre muitas coisas que eu nunca imaginaria que estariam de volta à mesa”, ressaltou ele, “como perfurar no Mar do Norte”.
O que distingue o contexto atual de outros choques históricos, como as crises do petróleo dos anos 1970, é a alta sincronizada dos preços do petróleo, do gás natural e do carvão.
Os preços da energia já estavam altos em meio à demanda sobrecarregada após o relaxamento das restrições contra a covid-19 em todo o mundo. A invasão russa da Ucrânia agravou isso.