Os reajustes iguais ao índice representam 46% do total de reajustes. De acordo com o Dieese, os dados preliminares praticamente repetem os da data-base de março, quando 53,7% das negociações conseguiram reajustes iguais ou superiores ao INPC. Porém, o porcentual de reajustes abaixo da inflação, 46% do total, ainda permanece em alto patamar.
No acumulado do ano, houve ligeira piora em relação ao boletim anterior. Os reajustes salariais abaixo do INPC-IBGE representam 40,8% do total no ano. Aqueles em porcentuais iguais à inflação são 31,6%, e os resultados acima do índice inflacionário representam 27,6%.
Variação real média
Em abril, a variação real média dos reajustes foi de -0,76%. Em todas as últimas 15 datas-bases, o Dieese afirma que a variação real dos reajustes foi negativa, especialmente em julho de 2021 (-1,94%).
“As médias negativas refletem o peso dos resultados abaixo do INPC-IBGE, que superam em grandeza os ganhos dos reajustes acima do índice inflacionário”, explica o Dieese.
Os reajustes abaixo do INPC-IBGE de abril foram, em média, equivalentes a apenas 83% do valor necessário para a recomposição plena dos salários.
Reajuste necessário
Devido ao aumento de 1,04% dos preços em abril, o valor do reajuste necessário para maio será de 12,47%, segundo o INPC-IBGE. Esse é o maior valor do período considerado no boletim do Dieese, entre fevereiro de 2021 a maio de 2022.
Pisos salariais
O valor médio dos pisos de 2022 é de R$ 1.414,77. O maior valor médio pertence ao comércio (R$ 1.481,54), e o menor, à indústria (R$ 1.380,19).
No recorte geográfico, o maior piso salarial médio é do Sul, de R$ 1.536,67. O menor é do Nordeste, de R$ 1.330,10.
No Sudeste, o piso salarial médio foi de R$ 1.420; no Norte de R$ 1.368,09; e no Centro-Oeste de R$ 1.362,89.
Por região
Nos primeiros quatro meses de 2022, a região Sul foi a que apresentou o maior porcentual de reajustes iguais e acima da inflação, cerca de 77% dos casos analisados. O Sudeste teve o maior porcentual de ganhos acima da inflação (38,7%).
Os piores resultados foram registrados no Centro-Oeste, onde 63,7% dos reajustes ficaram abaixo do INPC-IBGE, 21% acompanharam a variação do índice inflacionário e apenas 15,3% ficaram acima dele.
Por setor econômico
De janeiro a abril, reajustes iguais e acima da inflação foram mais frequentes no comércio, presentes em cerca 67% das negociações analisadas pelo Dieese. Na indústria, houve pelo menos reposição da inflação anual em 64% dos casos.
Porém, os aumentos reais foram mais regulares na indústria (29,4%) do que no comércio (17,1%).
O setor de serviços se destaca tanto pela maior proporção de reajustes abaixo (45,1%) quanto acima (29,8%) do INPC.